O Festival de Inverno de Garanhuns é um evento que sempre
teve êxito não pela chamada Multiculturalidade como a moda adora adora dizer, mais
por ser plural, por fruir a arte e provocar a circulação artística estadual e
nacional, sejam através da formação, das apresentações, nos teatros, seja no
cinema ou nos palcos ele sempre teve êxito por trazer as melhores expressões
culturais. Por provocar nos palcos grandes e eternos encontros, mas
principalmente, por fugir dos chamados eventos de massa, que como uma praga
assolam os municípios nos dias atuais.
A programação anunciada na noite de ontem não possui o perfil
do festival. Viu-se pouca MPB, pouco rock, muito pagode, nenhum encontro
criativo de artistas, nenhum artista pernambucano , mais um evento com a cara
não do FIG, mais com a cara dos eventos massificados.
Quando o FIG foi realizado pela gestão de Raquel Lyra eu critiquei neste blog
as atrações, a falta de respeito com a imprensa na época e defendi a prefeitura
que deveria ter participado mais do processo de realização. E o meu medo era
que o nas mãos de uma gestão municipal o FIG perdesse a sua identidade e
deixasse de ser um dos maiores e melhores eventos do mundo.
O festival de inverno sempre contou com uma curadoria primorosa,
em todos os seus mais de vinte polos, tive a alegria de ver de perto a
apresentações dos artistas pernambucanos, e de artistas nacionais. Mas ontem,
eu vi a programação de um evento que poderia
ter qualquer nome , menos FIG.
Ano passado a grade do palco foi excelente, mas este ano deixou
muito a desejar. Também é necessário olhar para os outros polos que precisam
ser mais cuidados. Principalmente as artes cênicas, o polo da estação. Pernambuco
é um dos estados mais ricos culturalmente neste país, então é preciso que os
nossos artistas estejam nele.
Senti falta dos homenageados no anúncio. Quantas pessoas
nestes 35 anos foram importantes para o FIG e poderiam ter sido homenageados.
O fig é um patrimônio e precisa ser mais cuidado quando o
assunto são as suas atrações. Muito se fala em turismo mais até a grade escolhida
não atrai turista atrai bate a volta. É preciso repito: repensar o festival com
zelo, sem briga política para que o festival não se torne mais um cheio de
massificação e se perca com o passar do tempo.
Para destacar que não é uma opinião pessoal, reproduzo aqui alguns comentários das redes sociais do festival.
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