Vamos falar sobre o 35.º FIG?


Quem acompanha este blog sabe bem o amor que este veículo sempre teve pelo Festival de inverno de Garanhuns, pela sua pluralidade e pela sua qualidade artística e cultural. E é com conhecimento de quem vivencia este evento há 22 anos, sendo 16 deles trabalhando como comunicadora, que venho comentar a respeito da grade anunciada pela Prefeitura de Garanhuns na noite de ontem, dia 12 de março de 2025.

O Festival de Inverno de Garanhuns é um evento que sempre teve êxito não pela chamada Multiculturalidade como a moda adora adora dizer, mais por ser plural, por fruir a arte e provocar a circulação artística estadual e nacional, sejam através da formação, das apresentações, nos teatros, seja no cinema ou nos palcos ele sempre teve êxito por trazer as melhores expressões culturais. Por provocar nos palcos grandes e eternos encontros, mas principalmente, por fugir dos chamados eventos de massa, que como uma praga assolam os municípios nos dias atuais.

A programação anunciada na noite de ontem não possui o perfil do festival. Viu-se pouca MPB, pouco rock, muito pagode, nenhum encontro criativo de artistas, nenhum artista pernambucano , mais um evento com a cara não do FIG, mais com a cara dos eventos massificados.


Quando o FIG foi realizado pela gestão de Raquel Lyra eu critiquei neste blog as atrações, a falta de respeito com a imprensa na época e defendi a prefeitura que deveria ter participado mais do processo de realização. E o meu medo era que o nas mãos de uma gestão municipal o FIG perdesse a sua identidade e deixasse de ser um dos maiores e melhores eventos do mundo.

O festival de inverno sempre contou com uma curadoria primorosa, em todos os seus mais de vinte polos, tive a alegria de ver de perto a apresentações dos artistas pernambucanos, e de artistas nacionais. Mas ontem, eu  vi a programação de um evento que poderia ter qualquer nome , menos FIG.

Ano passado a grade do palco foi excelente, mas este ano deixou muito a desejar. Também é necessário olhar para os outros polos que precisam ser mais cuidados. Principalmente as artes cênicas, o polo da estação. Pernambuco é um dos estados mais ricos culturalmente neste país, então é preciso que os nossos artistas estejam nele.

Senti falta dos homenageados no anúncio. Quantas pessoas nestes 35 anos foram importantes para o FIG e poderiam ter sido homenageados.

O fig é um patrimônio e precisa ser mais cuidado quando o assunto são as suas atrações. Muito se fala em turismo mais até a grade escolhida não atrai turista atrai bate a volta. É preciso repito: repensar o festival com zelo, sem briga política para que o festival não se torne mais um cheio de massificação e se perca com o passar do tempo. 

Para destacar que não é uma opinião pessoal, reproduzo aqui alguns comentários das redes sociais do festival.


Amannda Oliveira

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