Peça, conduzida pelos atores Jr. Aguiar e Daniel Barros, é fruto de edital do Consulado Geral dos Estados Unidos no Recife, que tem percorrido escolas públicas do Recife, com atividades artísticas e formativas.
Foto: Rogério Alves
A prisão e o interrogatório do professor Paulo Freire, em 1964, o Brasil de hoje e as contradições da velha educação são temas centrais da obra Pa(ideia) - Pedagogia da Libertação, que será exibida na próxima terça (8), às 19h, no Teatro Barreto Jr. “O espetáculo trata de política, dialética e amor para atingir a libertação através das ideias. E o espectador sendo permanentemente colocado a ocupar/desocupar, agir/reagir, silenciar/falar a cada novo avanço da História. O espetáculo propõe um diálogo, sempre a partir da reflexão social, que não deixa ninguém à margem da vida nacional”, diz Jr. Aguiar, idealizador do espetáculo e que atua no mesmo, ao lado do ator Daniel Barros.
Pa(ideia) estreou em 2016 e foi indicado para seis prêmios, ganhando o troféu APACEPE/2017 nas categorias Iluminação, Trilha Sonora e Ator Coadjuvante. No festival Abril para o Teatro ganhou os prêmios de Melhor Espetáculo, Direção e Ator Coadjuvante. A peça resultou neste projeto que Jr. Aguiar vem conduzindo, intitulado “Paulo Freire vai à escola”.
A proposta foi selecionada pelo Edital de Projetos EUA- Brasil, do Consulado Geral dos Estados Unidos no Recife, fruto de sua política de incentivo à projetos que “fortalecem os laços entre os Estados Unidos e o Brasil, por meio de programas acadêmicos, culturais, educacionais e de intercâmbio”. O projeto Paulo Freire vai à escola destaca, dentre os acontecimentos da vida do pedagogo, sua vida e suas relações durante exílio nos Estados Unidos.
“Tomamos as comemorações dos 100 anos de Paulo Freire como motivação para que os alunos reflitam sobre a importância de seu legado e de seu exemplo na construção de nossa sociedade, o que mostra como o conhecimento pode nos fazer superar desafios que pareciam impossíveis de realizar. Oferecemos arte para o deleite da comunidade como método de comunicação, ensino, aprendizagem e compartilhamento de valores sociais”, coloca Jr. Aguiar.
A exibição da peça, como parte do projeto, é também um projeto social, na medida em que levará alunos de escolas públicas e seus professores e diretores. Ao final do espetáculo, 36 livros sobre Paulo Freire serão distribuídos entre as escolas participantes do projeto, para que suas bibliotecas guardem a memória e o legado de Paulo Freire. Além do acesso gratuito, a apresentação terá a Acessibilidade com linguagem de libras e Áudio Descrição, acesso gratuito.
SOBRE O PROJETO - Paulo Freire vai à Escola é o nome do projeto que vem percorrendo doze escolas públicas do Recife, desde o mês de fevereiro, promovendo um conjunto de atividades formativas e artísticas, incluindo o espetáculo teatral Paideia-Pedagogia da Libertação, sobre a vida e a obra de Freire. O projeto Paulo Freire vai à escola destaca, dentre os acontecimentos da vida do pedagogo, sua vida e suas relações durante exílio nos Estados Unidos.
“Tomamos as comemorações dos 100 anos de Paulo Freire como motivação para que os alunos reflitam sobre a importância de seu legado e de seu exemplo na construção de nossa sociedade, o que mostra como o conhecimento pode nos fazer superar desafios que pareciam impossíveis de realizar. Oferecemos arte para o deleite da comunidade como método de comunicação, ensino, aprendizagem e compartilhamento de valores sociais”, coloca Jr. Aguiar.
O projeto compreende três atividades, em cada uma das escolas por onde está passando. A primeira etapa é formativa. O ator Jr. Aguiar ministra palestra com os professores sobre a biografia e as ideias centrais de Paulo Freire. A palestra sobre Paulo Freire é importante para professores de escolas públicas porque ele é considerado um dos maiores pensadores e pedagogos da atualidade e sua teoria é amplamente aplicada no ensino. Seus métodos de ensino baseiam-se na participação ativa dos alunos e na valorização da sua experiência e conhecimento. Além disso, ele defende a educação como um meio de libertação e empoderamento, o que é especialmente relevante para professores em escolas públicas, onde muitas vezes há desigualdades sociais e econômicas a serem superadas. Conhecer a obra de Paulo Freire pode ajudar os professores a tornar o ensino mais significativo e eficaz para seus alunos.
O projeto envolve ainda uma oficina sobre como aplicar os princípios da democracia no ambiente escolar e comunitário, a partir do pensamento de Freire mas também de Augusto Boal, criador do Teatro do Oprimido.
Ensinar sobre o teatro de Augusto Boal e seu Teatro do Oprimido é importante para estudantes de escolas públicas porque ele fornece uma abordagem única e inovadora sobre a arte teatral, que se concentra na libertação e na transformação social. O Teatro do Oprimido é uma forma de teatro participativo, onde os atores e o público trabalham juntos para explorar questões sociais e políticas de forma criativa e lúdica. Isso pode ajudar os estudantes a desenvolver habilidades de pensamento crítico, criatividade e expressão, bem como a compreender melhor questões sociais e políticas e a encontrar formas de agir para mudá-las. Além disso, o Teatro do Oprimido pode ser uma ferramenta poderosa para a promoção da igualdade e da justiça social, especialmente em escolas públicas, onde muitos estudantes enfrentam desafios sociais e econômicos.
“Nosso objetivo é criar uma oportunidade para que alunos e professores do ensino médio conheçam e discutam Paulo Freire, sua vida no contexto histórico brasileiro do século XX e o estudo de seus livros que nos permitam pensar conceitos centrais dos processos educativos, que envolvem aprender e ensinar, como prática de libertação. O projeto possibilita uma aproximação do método e perspectiva freiriana às práticas pedagógicas atuais, para enfrentar os enormes desafios enfrentados por professores e alunos em sua trajetória permanente de formação humana e profissional. O conjunto de ações propostas visa ampliar a percepção do aluno sobre sua condição de vida e a importância da conscientização do seu papel de cidadão que possibilita intervir e mudar a sociedade”, conclui o ator.
Michelle de Assumpção
0 Comentários