Ritmo que ganhou título de patrimônio é cada vez mais raro nas festas juninas.
Foto: Amannda Oliveira
No dia 09 de dezembro de 2021, o Forró recebia do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o título de Patrimônio Imaterial Brasileiro.
O pedido de consideração de registro foi encaminhado ao Iphan pela Associação Cultural Balaio Nordeste, de João Pessoa, na Paraíba. Após a solicitação, o processo foi aberto em 2011. Foram anos de mobilização em todo o país e muita pesquisa para que o óbvio fosse visto.
A primeira gravação com o termo "forró", conforme a pesquisa do Iphan, foi feita em 1937 pelos músicos Xerém e Manoel Queiroz, intitulada "Forró na roça".
Mas foi Luiz Gonzaga o principal divulgador e representante do forró em todo o país tocando o gênero musical com três instrumentos apenas: a sanfona, o zabumba e o triângulo.
Nos últimos anos o forró tradicional vem lutando para sobreviver, isso por que , o poder público que tem a obrigação de manter vivas e preservar a cultura e tradições é o primeiro a desvalorizar o ritmo.
No Nordeste, berço do forró, o absurdo tem sido cada vez mais gritante. Os festejos juninos possuem cada vez menos forró na sua programação e cada vez mais artistas sertanejos que cobram cachês absurdos chegando a ultrapassar um milhão.
Em Caruaru no Agreste de Pernambuco, apenas 11% de toda uma programação é de forró. Pra quem já foi a capital do forró , a cidade já perdeu o título faz tempo.
O mesmo se repete em cidades como Petrolina, Arcoverde, Campina Grande e muitos outros com festejos conhecidos.
Não adianta ter título de patrimônio e não estar nos palcos. Não adianta ter título de patrimônio e os cachês dos artistas serem uma vergonha. É necessário dar limite nos valores de contratação de artistas com urgência. É necessário ter o mínimo de obrigatoriedade de contratação do forró nos eventos. Se não se vai por bem que seja por lei.
É perigosa a exclusão do gênero dos eventos, das escolas, por que essa exclusão, essa morte aos poucos pode significar em pouco tempo a extinção do ritmo que já foi prostituído com o forró eletrônico.
Cadê o forró que deveria aqui?
Amannda Oliveira
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