O
reisado foi definido pelo folclorista e historiador Câmara Cascudo (1967) como
“uma denominação erudita para os grupos que cantam e dançam na véspera de
Reis”. Já o escritor e também folclorista, Mário de Andrade (1982), que viajou
pelo nordeste com o propósito de registrar manifestações populares, identificou
o reisado como uma “dança dramática”.
Dentre
as manifestações da cultura popular em Garanhuns, o reisado aparece como um
grande protagonista, tendo a cidade inclusive reivindicado o título de “Capital
do Reisado” (SILVA; CAVALCANTE, 2018). Em 2016, o dia 06 de janeiro foi
instituído, como o “Dia Municipal do Reisado de Garanhuns” (Lei municipal nº 4.336/16).
Os
grupos de reisados mais antigos de Garanhuns remontam o início do século XX e
os saberes são transmitidos a cada geração, essencialmente por meio da
oralidade. Os mestres e mestras, e também pesquisadores, afirmam que todos os
grupos de reisados antigos descendem da influência do mestre Cândido Sertanejo,
que teria chegado à região no início do século XX, possivelmente vindo da
região de Alagoas. Uma característica importante, que pode estar associada a
essas migrações, é que os reisados tinham um caráter itinerante, praticamente
inexistente na atualidade.
Uma
ressalva importante, é que de início os grupos de reisados eram formados apenas
por homens. Essa condição ajuda a entendermos a grande presença de homens e de
mestres à frente dos grupos de reisado.
Os
reisados se destacam por sua riqueza de elementos visuais e orais, expressando
o sincretismo dos folguedos associados às práticas religiosas cristãs, mas
também aos costumes indígenas e afro-brasileiros.
Para a exposição, foram retratados três brincantes, herdeiros ancestrais de grupos de reisados reconhecidos por suas comunidades e pelas novas gerações: Dona Zefinha, Seu João Tibúrcio e Seu Gonzaga de Garanhuns. Os dois primeiros são representantes de grupos históricos de reisado em Garanhuns, sendo Dona Zefinha sobrinha do Mestre Cândido Sertanejo.
Informações: Assessoria
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