O
Plenário do Senado aprovou, a criação da
Comenda Santa Dulce dos Pobres (PRS 45/2020). A comenda é uma sugestão do senador
Eduardo Girão (Podemos-CE) e homenageará pessoas ou empresas que tenham
prestado relevantes serviços na área social da saúde. A proposta sugere a
entrega, anualmente, do diploma de menção honrosa, pela Mesa do Senado Federal,
a até três pessoas físicas ou jurídicas, durante sessão que será especialmente
convocada com esse objetivo.
“Hoje é
um dia muito especial. Acho que estamos fechando o ano com chave de ouro. O que
estamos fazendo no último dia deste ano legislativo não é por acaso. Este país
é o país da paz e da solidariedade ” comemorou Girão.
De acordo
o autor, o objetivo da matéria é reconhecer a atuação da religiosa brasileira
que ficou mundialmente conhecida por dedicar sua vida a ajudar os doentes e os
mais necessitados além de incentivar iniciativas de apoio social por parte da
população. Irmã Dulce foi canonizada pelo papa Francisco em 2019, tornando-se a
primeira santa brasileira.
“Esta
proposição busca, portanto, reconhecer o amor de Santa Dulce dos Pobres pelos
excluídos e o seu imenso trabalho social, bem como incentivar o desenvolvimento
de relevantes trabalhos na área social da saúde. Esperamos que cada pessoa ou
instituição agraciada com a Comenda possa renovar nossa esperança de viver em
um país mais fraterno e mais humano”, afirmou o senador ao justificar o
projeto.
Ainda
conforme o projeto, a indicação dos candidatos a receberem a homenagem poderá
ser feita por qualquer senador ou senadora, desde que apresente justificativa
ressaltando os méritos do concorrente. A indicação deverá ser avaliada pelo
Conselho da Comenda Santa Dulce dos Pobres, a ser composto por um senador de
cada um dos partidos políticos com assento no Senado.
O
conselho também terá a responsabilidade de definir, a cada ano, o período de
recebimento das indicações e da premiação. O texto ainda determina que a partir
da escolha das pessoas agraciadas, seus nomes e atuação serão amplamente
divulgados pelos meios de comunicação da Casa e em sessão plenária. Os
senadores Wellington Fagundes (PL-MT) e Jorge Kajuru (Cidadania-GO) comemoraram
a aprovação da matéria.
— Esta
comenda certamente vai incentivar outras pessoas na prática do bem — afirmou
Fagundes.
Biografia
O projeto
foi relatado pelo senador Styvenson Valentin (Podemos-RN). Ele fez apenas
ajustes pontuais no texto em relação à atuação do conselho. Da tribuna, ele
destacou a biografia de Irmã Dulce. Maria Ritta Souza Brito Lopes Pontes, mais
conhecida como Irmã Dulce, nasceu em Salvador (BA), em 26 de maio de 1914.
Desde sua adolescência, manifestou a vocação para trabalhar em benefício dos
mais pobres. Aos 13 anos, ao visitar áreas carentes de Salvador na companhia de
uma tia, manifestou o desejo de se dedicar à vida religiosa, transformando a
casa da própria família em centro de atendimento, atendendo a mendigos e
doentes.
Aos 18
anos, juntou-se à Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da
Mãe de Deus, na cidade de São Cristóvão, em Sergipe, e aos 20 anos foi ordenada
freira, quando passou a se chamar Irmã Dulce Lopes Pontes, em homenagem à sua
mãe. Em 1959, a freira baiana fundou a Associação Obras Sociais Irmã Dulce
(OSID), que abrigaria tempos depois o Hospital Santo Antônio, referência na
assistência à população carente no estado da Bahia. Atualmente, a instituição
possui mais de mil leitos e atende diariamente a 4 mil pessoas. “Irmã Dulce era
tão respeitada e amada que o papa João Paulo II, por ocasião de ambas as
visitas feitas ao Brasil, fez questão de se encontrar com ela e de conhecer sua
obra”, lembra Girão, na justificativa do projeto.
Irmã
Dulce faleceu no dia 13 de março de 1992. Em 2009, o Vaticano reconheceu as
"virtudes heroicas" da religiosa, autorizando oficialmente a
concessão do título de Venerável, o reconhecimento de que Irmã Dulce viveu, em
grau heroico, as virtudes cristãs da fé, esperança e caridade. Ao ser
beatificada, em 2011, passou a ser reconhecida como Bem-Aventurada Dulce dos
Pobres. Em 2019, a beata foi canonizada recebendo o título de Santa Dulce dos
Pobres.
Agência
Senado
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