BRASÍLIA — Em teleconferência com prefeitos neste domingo, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, recomendou o adiamento das eleições deste ano. Mandetta disse que esse é o momento de o Congresso Nacional tratar o assunto, para que o combate à crise do coronavírus não seja contaminado pela ação política.
O ministro fez a sugestão ao responder ao questionamento do prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho (PSDB). Coutinho pediu a liberação de recursos que, segundo ele, estariam sendo represados pelo estado do Pará, governado por Helder Barbalho (MDB).
— Estou alertando que todos vocês precisam, com todas as diferenças políticas, (se entender). Aliás, eu faço aqui até uma sugestão para vocês discutirem. Está na hora de o Congresso olhar e falar: "olha, adia (as eleições)". Faça um mandato tampão desses vereadores e prefeitos. Eleição no meio do ano vai ser uma tragédia. Vai todo mundo querer fazer ação política. Eu sou político. Não esqueçam disso — disse Mandetta.
Nesta quinta-feira, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, que presidirá o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a partir de maio, declarou que não cogita adiar as eleições municipais, marcadas para outubro em todo o país. Ele acredita que, até a data das votações, a situação de pandemia por coronavírus no país já estará normalizada.
No mesmo dia, o TSE afirmou que manterá o prazo para filiação partidária no dia 4 de abril, de acordo com o calendário eleitoral. A assessoria do Tribunal informou que não há, até o momento, qualquer indicativo para alteração nas datas do processo eleitoral deste ano, apesar de declarada a pandemia.
Na reunião, Mandetta indicou ainda que é preciso ter um diálogo aberto e eficiente entre os entes da federação.
— Nós não podemos (repassar recursos) de forma desintegrada. Eu faço de um jeito, vocês de outro. Se não daqui a pouco vocês vão estar pagando mais para um médico de hospital A, menos para o hospital B. Tira enfermeiro de lá e traz para cá. Assim vai haver bateção de cabeça. Eu vou descentralizar e fazer com que vocês trabalhem o máximo liberdade — disse Mandetta.
O ministro ainda destacou que vai antecipar a formatura de estudantes de medicina no país para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. A mesma medida já foi tomada na Itália, onde há a maior crise do mundo, com recorde de mortos pelo vírus.
Ao lado do presidente Jair Bolsonaro, Mandetta comanda uma conversa com os prefeitos e tirou dúvidas sobre políticas públicas. Ele disse que estudantes do último ano de curso podem ser fundamentais no enfrentamento à epidemia.
" Nós vamos antecipar os meninos do sexto ano que falta um mês para se formar. Vamos acelerar. Esses meninos são jovens. Eles não tem experiência, mas eles podem fazer uma parte do atendimento. Eles tem 7.300 horas de capacitação. Faça uma imersão para eles. Não para o CTI, não para pilotar um aparelho multiparamétrico, mas ele pode muito bem ajudar ",disse Mandetta.
Informações: G1
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