“Entrar no acaso e amar o transitório” é o nome do evento que vai reunir dança, cinema, debates e lançamento literário sobre a obra do poeta pernambucano na próxima quinta-feira (12)
Se vivo estivesse, o grande poeta pernambucano Carlos Pena Filho (1929-1960) faria 90 anos de idade este ano. Para celebrar a efeméride, a Secretaria de Cultura do Estado (Secult-PE), com apoio da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), realiza o evento “Entrar no acaso e amar o transitório” – 90 anos de Carlos Pena Filho. Dança, cinema, mesas de debate e lançamento do livro “Carlos Pena Filho: uma poesia social”, dia 12 de dezembro, a partir das 16h, no Museu do Estado (Mepe), nas Graças.
“Nada mais justo do que celebrar os 90 anos de Carlos Pena Filho, o poeta mais identificado com a cidade do Recife. O evento carrega uma orientação da gestão do secretário Gilberto Freyre Neto, de fazer com que as linguagens artísticas dialoguem, se conectem. Será uma bela tarde em azul”, diz Beto Azoubel, coordenador de Literatura da Secult-PE/Fundarpe, Beto Azoubel.
O título do evento é o último verso do poema A solidão e sua porta, dedicado ao artista visual Francisco Brennand. “O poema mostra a preocupação de Pena Filho com a brevidade da vida; o sentido de passagem e do desapego das coisas; a subjetividade das pessoas. Ele amava as pessoas, vivia cercado por elas; não conseguia exercer nenhuma forma de solidão. E era muito amado por isso”, define o escritor, consultor empresarial e professor Luiz Otávio Cavalcanti, autor do livro que será lançado no evento.
O também poeta Samarone Lima, proprietário do Sebo Casa Azul, falará sobre sua relação com Carlos Pena Filho, que já começa pelo nome do sebo. “Conheci a poesia Soneto do Desmantelo Azul quando os ônibus do Recife vinham com poemas. Fiquei impressionado com a profundidade da poesia dele e comecei a copiar. Deixei passar três paradas após meu ponto para copiar tudo”, conta Samarone.
Mais conhecido como dono do bar Central, o músico André Rosemberg, em seu projeto Rosembac musicou o poema de Carlos Pena Filho “A solidão e sua porta”, que tem participação da neta do poeta, a figurinista e ilustradora Joana Pena, e produção de Jadson do Vale (Bactéria). “No processo de produção do álbum, compus algumas músicas e me deparei com esse poema, pelo qual tenho muita admiração, por ser muito forte”, explica André.
Além de emprestar sua voz para a música de Rosembac, Joana fará parte do evento em homenagem ao avô mostrando dois vestidos remanescentes da coleção “Para fazer um soneto”, apresentada em 2005, no extinto Recife Fashion, pela também extinta grife Quem-te-vestiu, parceria com Camilla Guedes. “Eu tinha essa vontade de trabalhar com o imaginário da poesia dele. Ao menos ao que me remetia na época, que era muito o visual – hoje conheço mais sua obra e vejo outros vieses. Quando lia, tinha a sensação de quase tocar nas cores”, diz Joana, que encheu de cores e bordou de versos suas peças.
Serviço
Entrar no acaso e amar o transitório – 90 anos de Carlos Pena Filho
Museu do Estado de Pernambuco (Avenida Rui Barbosa, 960, Graças)
12 de dezembro, 16h
Entrada gratuita
Programação
1. Abertura com performance Sobre Mosaicos Azuis, com Januária Finizola
2. Exibição do curta-metragem Palavra Plástica (2011), de Léo Falcão – A partir de imagens poéticas propostas por 20 artistas constrói-se um argumento lírico sobre a vida do poeta Carlos Pena Filho.
3. Mesa Deixe levá-lo a correnteza – Carlos Pena Filho e a criação contemporânea
Participantes:
Léo Falcão (roteirista e diretor de cinema)
Joana Pena (figurinista)
André Rosemberg (compositor)
4. Mesa Para fazer um soneto – Carlos Pena Filho e a sua Literatura
Participantes:
Paulo Gustavo (Poeta e membro da Academia Pernambucana de Letras)
Luiz Otávio Cavalcanti (escritor e professor)
Samarone Lima (poeta)
5. Lançamento do livro Uma poesia social: Carlos Pena Filho, de Luiz Otávio Cavalcanti.
Informações: Fundarpe
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