Em 1994 um grupo de Brasília misturou gêneros nordestinos com rock e letras debochadas e lançou seu álbum de estreia. O improvável, então, se mostrou um grande êxito, e foi com esse trabalho que o Raimundos começou a traçar sua trajetória de sucesso. O álbum, homônimo, completa 25 anos e retorna às lojas em LP de 180 gramas pela coleção “Clássicos em Vinil” — uma parceria da Polysom com a Warner Music.
Em apenas 13 faixas, a banda brasiliense marcou época e ajudou a iniciar uma nova fase do rock brasileiro. O estilo passava por uma transição do estilo oitentista, marcado por críticas políticas e estética própria, para um modelo que absorvia influências do grunge, funk metal, skate punk e hardcore — cada vez mais em evidência, principalmente na costa oeste dos EUA. O trunfo da banda, então, foi mesclar tudo isso aos ritmos brasileiros, numa inesperada e criativa fusão.
Produzido por Carlos Eduardo Miranda, o registro apresenta o Raimundos em sua formação mais famosa: Rodolfo Abrantes (vocais), Digão (guitarra e vocais), Canisso (baixo) e Fred (bateria). Dentre as participações especiais, há os Titãs — que também assinaram a direção artística — e o cantor e sanfoneiro Zenilton, além de João Gordo, do Ratos de Porão.
Com hits como “Puteiro em João Pessoa” e “Selim”, o disco volta às prateleiras em relançamento à altura do trabalho que abriu as portas para um dos maiores nomes do rock nacional.
Marcus Cesar
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