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Primeira noite de shows no Palco Mestre Dominguinhos foi marcada pelos tributos a Biu Roque e Jackson do Pandeiro

Foto: Amannda Oliveira

Nem a chuva torrencial que caía na noite de ontem afastou o público da programação do Festival de Inverno de Garanhuns. Na primeira noite de shows no Palco Mestre Dominguinhos, uma chuva de sombrinhas protegia quem estava por lá para conferir de perto os shows da noite. A Orquestra garanhuense Golden Hits com sete anos de fundação abriu a noite com um repertório de músicas dos anos 80 e 90, principalmente internacionais. 

Foto: Amannda Oliveira

Em seguida, Alessandra Leão, Siba, Caçapa, A Fuloresta e Renata Rosa apresentaram o show Hoje a Noite é a Maior, uma linda homenagem a Biu Roque cantor e percussionista, nascido na Zona da Mata e reconhecido  pelo domínio das tradições do Cavalo Marinho, da Ciranda, do Coco de Roda e do Maracatu de Baque Solto. Na década de 90, Biu Roque  foi projetado ao conhecer Siba ao participar do terceiro disco do Mestre Ambrósio na música "Caninana". Ele também participou nos dois primeiros discos da Fuloresta lançados em 2002 e 2007, respectivamente. Em 2008, os músicos pernambucanos Alessandra Leão e Caçapa aprovaram um projeto no Banco do Nordeste para gravar o que seria o primeiro disco de Biu Roque que faleceu em 2010.

Vale salientar aqui a importância do Festival de Inverno de Garanhuns, ao trazer para o palco principal, os nossos mestres da cultura popular, e aqueles que lhes prestam justas homenagens. O show foi emocionante.





                                                                  Foto: Amannda Oliveira

A paraibana Elba Ramalho subiu ao palco para apresentar o show do disco " O Ouro no Pó da Estrada", o 38.º da sua carreira que foi produzido por Tostão e Yuri Queiroga. 

A cantora abriu o show com Calcanhar, composição de Yuri Queiroga e Manuca Bandini onde a artista incluiu trecho do poeta Bráulio Tavares. "Até no chão no chão de areia quente pedra / Eu vou pisar / Eu vou seguir você / Até doer o calcanhar". Elba ainda apresentou ao público Oxente música de Marcelo Jeneci e Chico César, Se não tiver amor de George Sauma e desfilou vários sucessos que marcaram a sua carreira indo do forró ao frevo. O repertório esquentou a noite  e colocou o público pra dançar.

      Foto: Amannda Oliveira

O tributo ao homenageado do evento, Jackson do Pandeiro, marcou o encerramento da noite. Sendo ciceroneado por Silvério Pessoa, o tributo contou com nomes como Geraldo Maia, Lucinha Guerra, Lady Laay, Mari Periférica, Elba Ramalho, Zélia Duncan, Maciel Salu e Luíza Fittipaldi desfilando músicas que marcaram a obra desse gênio da música brasileira.

                                                                 Foto: Amannda Oliveira

Em entrevista ao blog, Silvério Pessoa, falou sobre o tributo a Jackson do Pandeiro e a sua pesquisa sobre a obra do artista que ele homenageia há mais de três anos , inclusive com o disco Cabeça Feita lançado há 03 anos.

   Foto: Amannda Oliveira

O blog conversou com Silvério Pessoa nos bastidores: Silvério você é um artista incansável e que circula por várias vertentes da arte. E é um pesquisador da obra de Jackson do Pandeiro , tendo lançado o disco Cabeça Feita há uns 04 anos atrás. Como recebeu a notícia de que Jackson do Pandeiro seria o homenageado e que você iria ciceronear tantos artistas para cantar sua obra? 

Quando eu gravei Cabeça Feita, que por sinal abre o show de hoje, o fiz de uma maneira totalmente despretensiosa. Eu nem lembrava que ele faria 100 anos. Foi um disco que eu ia fazer com a viúva dele Almira Castilho. Ela faleceu e o projeto foi engavetado. Eu guardei o projeto e consegui um suporte financeiro para gravar como eu queria, sem instrumento elétrico, todo seco, todo acústico, tentando dificilmente reproduzir como ele gravava no Rio de Janeiro e São Paulo. Então foi um sonho realizado. E estar aqui hoje emocionalmente e culturalmente é muito importante. E á uma prova de resistência da cultura popular. Jackson deu um passo a frente inclusive no forró. Ele foi além do forró. Essa é uma noite de provar que a cultura pernambucana e nordestina continua viva através da obra dele.
E essa sensibilidade do Governo do Estado de dedicar essa edição do Festival de Inverno ao centenário Jackson, prova o significado que a obra dele tem para o Brasil. Então é uma noite histórica.

Amannda Oliveira

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