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Fulô de Mandacaru esquentou a quinta noite do São João de Arcoverde


Foto: Amannda Oliveira

A banda caruaruense Fulô de Mandacaru, esquentou a quinta noite do São João de Arcoverde, nesta terça-feira, 25 de junho. Formada por Armandinho, Pingo Barros e Tiago Muriê, a banda esquentou a noite de 17º na cidade, colocando todo mundo pra dançar com um repertório que foi do forró de Luiz Gonzaga ao frevo. A banda nos recebeu para uma entrevista no seu camarim que você confere agora na íntegra.

Foto: Amannda Oliveira


Vocês estão viajando o país inteiro com um show novo e o que me chama muito a atenção é que a banda está sempre criando coisas novas, mais sem perder a identidade né? Como é que funciona essa química do novo com o tradicional?

Armandinho: Eis ai a grande dificuldade!  É um desafio né? Hoje em dia pra serem diferentes as pessoas esquecem toda a tradição e vão pelo modismo né? E a Fulô de Mandacaru é aquela banda pautada pela tríade tradição, inovação e ousadia. A sua fala transcende muito bem isso que é o sentimento da Fulô de Mandacaru. Que é entender que o forró tem o público das décadas de 60,70,80,2000, e mais os jovens e a criança. E é preciso fazer uma leitura do que as pessoas gostam e querem, mais ao mesmo tempo trazendo os elementos juninos como o forró tradicional que é a cara do nordeste.Esse mês fizemos quase 30 shows, rodamos quase 700 km da Bahia pra cá e aqui é um São João lindo. Arcoverde tem um São João cultural. Lógico que que estamos num palco que traz outras linguagens, mais a cidade tem dez polos que abre espaço para a autêntica música nordestina como o repentista, a banda de pífanos, o trio de forró que foi como começamos.

Foto: Amannda Oliveira

Nós que estamos em Pernambuco temos a sensação da ausência cada vez maior do forró tradicional nos palcos do estado e o aumento do sertanejo. Temos visto o São João virar rodeio. E na contramão disso, a Bahia, vem abraçando cada vez mais o nosso forró tradicional, tanto que cada vez nomes como Santanna, Flávio José, Flávio Leandro. Pingo, vocês tem sentido essa mudança também?

Pingo Barros: Com certeza! A Bahia hoje é um grande celeiro de forró. Nós realizamos um show no Pelourinho e como você falou, grandes artistas como Santanna, Adelmário Coelho,tem trabalhado muito por lá também. E o bom é que outros estados também têm abraçado o nosso forró. Nós viemos agora da Europa, e só na Europa são mais de 70 festivais de forró durante o ano. Nós estivemos em abril no maior festival que acontece na França que é o Ai que bom e a gente vê as pessoas cantando Luiz Gonzaga cantava há 50 anos, cantando o que o Trio Nordestino cantava e cantando as coisas novas também. A fulô de Mandacaru canta aquilo que a gente preza que é o amor, a energia, a alegria. Dá pra cantar sem fazer pornô fonia. A gente fica muito animado com palavras como as suas. Elas servem de combustível pra gente.

Foto: Amannda Oliveira

E o que vocês ainda prometem de novidade para 2019 ?

Tiago: Rapaz, a gente acabou de lançar a nova música que é composição de Armandinho e de Pingo Barros, Paixão sem Fim, tá um estouro. Um clipe gravado em Paris, a coisa mais linda do mundo. E no segundo semestre vem uma nova música chamada Flora, que eu vou cantar que foi gravada na Suíça. E ainda no segundo semestre, vem um novo clipe de uma música gravada por Armandinho, gravada na Alemanha. A coisa mais linda mais do mundo. E tudo falando de amor.

Armandinho, quando você olha hoje para o nosso forró  como você vê o forró daqui há alguns anos? Será que teremos que ir para a Europa ouvir forró?

Armandinho: Rapaz eu acho que não. Quem está fugindo da cultura, está deixando de lado a sua essência. A nossa essência gonzagueana. Pode passar o tempo que passar. Hoje imagina, nós temos esse forró. Dia 02 de agosto, completamos apenas 30 anos da morte de Luiz Gonzaga. Mito! O cara mais importante da cultural, da economia,  musicalidade do povo nordestino. O que temos vivido hoje com o sertanejo, nós já passamos com o axé, com o samba, com o pagode, com o funk e o forró está ai. E a Fulô de Mandacaru vai continuar aqui defendendo isso.

Amannda Oliveira

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