Durante os seus 41 anos fazendo história no Carnaval de Pernambuco, o Galo da Madrugada condecorou figuras memoráveis da cultura local, entre eles Ariano Suassuna, Alceu Valença e Jota Michiles. Inspirado pelo clássico Frevo Mulher, composição de Zé Ramalho cantada por Amelinha, o maior bloco do mundo homenageará no desfile de 2019 todas as mulheres que contribuíram ativamente e, por muitas vezes, assumiram posição de destaque na popularização da cultura pernambucana e na divulgação do Galo, conhecido internacionalmente como maior bloco do mundo.
Desde 1978, a força feminina está presente nos desfiles do Galo da Madrugada e na popularização do carnaval de rua no Recife. Essa presença marcante se deu por meio das danças, do canto, da confecção de fantasias e carros alegóricos e, principalmente, na organização e produção deste evento, que reúne mais de 1,5 milhão de pessoas por desfile.
Carminha Freire, esposa de Enéas Freire (Fundador do Galo da Madrugada), e Elizabeth Menezes (mãe do atual presidente, Rômulo Meneses) foram as grandes matriarcas do bloco, enquanto ainda embrionário e chamava, aos poucos, a atenção do público local do bairro de São José (Recife-PE). Nome de respeito e destaque também nos bastidores do Galo ao longo dos 40 anos da agremiação, Ana Nery Meneses (esposa de Rômulo Meneses), que sempre teve papel fundamental na história do bloco, apoiando, acompanhando e incentivando seu esposo e filhos, que hoje também atuam no Galo. Além disso, a veia artística e a sede de levar cor à vida das pessoas instigou Ana Nery Meneses a liderar o Bloco das Ilusões, que desde 1968 traz lirismo, tradição e resistência às ruas do centro do Recife até o Marco Zero, sempre entre as segundas e terças-feiras no período de momo.
Nas imediações do bairro de São José, outra musa inspirou o bloco. Conhecida pela vizinhança como Badia, a carnavalesca era fortemente engajada nas atividades culturais do local, com o intuito de fortalecer a figura do carnaval de rua. À sua época, liderou grupos de dança de maracatu e afoxé.
Outra guerreira que jamais deixaria de ser reverenciada é a icônica “Lia de Itamaracá”. Dos pequenos passos de ciranda na Ilha de Itamaracá ao renome do New York Times como uma das musas da música negra, Maria Madalena Correia do Nascimento, batizada por Teca Calazans de “Lia de Itamaracá”, ficou conhecida por mundialmente por levar a dança nordestina aos países da Europa.
Indo além das fronteiras de Pernambuco, o canto da paraibana Elba Ramalho contagiou e ferveu os foliões do Galo da Madrugada em mais de dez desfiles. Enquanto esteve nos trios-elétricos cantou a força da mulher nordestina e a riqueza da cultura popular brasileira. Além da “leoa”, já cantaram Michelle Melo, Nena Queiroga, Nádia Maia, Gerlane Lops, Cristina Amaral entre outras. Também brilharam Fafá de Belém, Joelma, Vanessa da Mata, Luiza Possi, Lia Sofia e Maria Gadú.
“Ao longo dessas quatro décadas, o Galo homenageou diversos artistas e nomes de peso da cena local, que, de alguma forma, elevaram a nossa cultura. Agora, nós queremos reforçar a nossa admiração pelas figuras femininas que contribuíram para o fortalecimento do bloco e o popular carnaval de rua”, pontua Rômulo Meneses, Presidente do Galo da Madrugada.
A força de vontade, a esperança e o sorriso estampado no rosto dessas mulheres são a força motriz que nos impulsiona a levar o nosso bloco à rua. O Galo da Madrugada agradece imensamente todo apoio e suporte doados carinhosamente ao longo dessas quatro décadas.
Galo da Madrugada - O primeiro desfile do Clube de Máscaras O Galo da Madrugada contou com a participação de 75 foliões fantasiados de “almas”. A brincadeira era feita com muito confete e serpentina ao som de uma orquestra composta por 22 músicos. O detalhe é que as pessoas usavam fantasias com máscaras (capuz), vestidas de “almas”. Daí o nome de “Clube das Máscaras”. Essas fantasias desfilam até hoje. Não demorou muito para o Galo despertar a atenção de foliões. No ano seguinte, a quantidade de participantes já era cinco vezes maior. Também em 1979, o bloco ganhou o estandarte e o hino oficial, criados, respectivamente, pelo fundador Mauro Freire e pelo compositor José Mário Chaves. A cada ano que passava mais pessoas se juntavam a essa ideia de vivenciar um carnaval livre e democrático. As ruas estreitas e os becos do bairro de São José ficavam cada vez menores à medida que o resgate da tradição popular se consolidava. Passados 40 anos, o bloco continua emocionando e lembrando aos dois milhões de foliões e ao mundo inteiro que o carnaval começa no Galo da Madrugada. Nesse período, o Galo realizou, durante 15 anos (1980 / 1994), no Clube Português do Recife o BAILE DOS ESTANDARTES, que atraia milhares de pessoas. Também, realizou durante 10 anos (1981/1990) o desfile de Fantasias de Papel na Avenida Boa Viagem.
Mulheres que fizeram história ao longo dos 40 anos do Galo da Madrugada:
Família - Ana Nery Freire de Meneses
Albertina Alves Freire
Badia
Carla Asfora de Menezes
Danielle Menezes
Elizabeth Guerra de Menezes
Maria do Carmo Travassos Freire (Dona Carminha)
Produção - Cristina Ana Lopes
Gilberta Queiroz
Jeanny
Juju
Kalinka Serafim
Léa Lucas
Leda Alves
Lelê
Luciana Azevedo
Luciana Felix
Maria de Lourdes da Silva
Mônica
Regina Alves
Tatyana Verissimo
Tereza Accioly
Yane Claudino
Artistas - Adriana B
Carla Rio
Cristina Amaral
Cinthia Barros (Banda Luará)
Deyse Trajano (Asas da América)
Edilza Ayres
Elba Ramalho
abiana Pimentinha do Nordeste
Fafá de Belém
Gaby Amarantos
Gerlane Lops
Genilda Alexandre da Silva (Maracatu Leão Formoso)
Irah Caldeira
Joelma
Karina Spinelli
Késia (Maestrina Bloco das Ilusões)
Lia de Itamaracá
Lia Sofia
Lucy Alves
Luiza Possi
Maria Gadu
Márcia Barros
Michelle Melo
Nádia Maia
Nena Queiroga
Orquestra 100% Mulher
Priscila Senna
Roberta Sá
Conceição (Orquestra Som Brasil)
Tânia de Lima Costa (Presidente da Tribo Indígena Tapirapé)
Vanessa da Mata
Vanessa Oliveira (Spok)
Walquiria Mendes
Luiz Apolinário
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