O cansaço me impediu de escrever sobre o Festival de Inverno de Garanhuns, como faço há exatos 09 anos em que realizamos a cobertura do maior evento da América Latina e do Brasil que mistura tantas manifestações artísticas e culturais.
A verdade, é que esse FIG mexeu conosco de uma forma diferente. Todos os anos, é comum ouvir das pessoas que artista A ou B deveriam estar na grade, até por que, é a chance de vermos grandes nomes da música brasileira no palco da nossa casa. Esse ano, o clima estava tenso, não ouvíamos as pessoas pedindo artista algum, mas reclamando de uma peça de teatro e de shows que acabaram por insultar a fé das pessoas de uma cidade inteira.
Não é exagero! Não havia um único lugar que chegássemos para que não houvesse uma pessoa ou grupo comentando a respeito. E não é que o evento não tivesse uma programação excelente não. A programação estava linda! Quanta beleza vimos no Conservatório de Música, lá na Catedral. Que maravilha foi a criação da Casa das Artes com tantos artesãos de Garanhuns, em um espaço belíssimo. A consolidação do Som da Rural que com a sua pluralidade cresceu e cativou o público. E o presente que foi o Espetáculo Auê, na abertura do evento. Tivemos lindas apresentações como Diogo Nogueira, Santanna o Cantador, Titãs, Vanessa da Mata, Laila Garim. Que grata surpresa foi o show de Camila Yasmine e Emicida.
Era teatro, circo, exposições, música instrumental, forró, artesanato, gastronomia , mais todas as atenções se resumiam ao Palco Mestre Dominguinhos e a uma peça que havia sido retirada e incluída na programação tantas vezes que nos confundia.
Todo ano a gente lembra aqui que o Festival de Inverno de Garanhuns não se resume a um palco, que ele é maior que todas as divergências ou brigas políticas, que é um patrimônio de Garanhuns e do mundo. E não exagero ao dizer isso! Sabe o que são 500 atrações acontecendo em 10 dias ? Isso é de uma riqueza imensa. Os artistas ficam maravilhados quando se apresentam aqui.
Não podemos permitir que esse evento tão importante para Garanhuns seja maculado, manchado, discriminado. Os insultos feitos por artistas no palco Mestre Dominguinhos estão ecoando até o momento, nas ruas, nas redes sociais, rádios, blogs e sites. Mais não podemos permitir que 03 atrações manchem uma história de 28 anos. Que a nossa briga por liberdade passe pelo respeito ao outro, a sua forma de ser e as suas crenças e que nos lembremos que o FIG é maior que tudo isso.
Amannda Oliveira
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