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Artistas pernambucanos denunciam atrasos nos pagamentos dos cachês do carnaval


O Coletivo Pernambuco, grupo do qual fazem parte os artistas abaixo descritos, vem a público denunciar o Governo de Pernambuco pelo desrespeito e falta de compromisso com que trata a classe de artistas e músicos pernambucanos que fizeram o carnaval 2018. Passado o Ciclo Junino e já na preparação para o Festival de Inverno de Garanhuns, o Governo de Pernambuco, apesar dos inúmeros contatos e esforços da nossa classe em receber satisfações, não deu qualquer explicação sobre a falta de pagamento relativo aos shows realizados no carnaval de 2018. A Fundarpe e Empetur, órgãos responsáveis pelo fomento dos carnavais nos Municípios pernambucanos, não se pronunciam e nem explicam o motivo desse imenso e danoso atraso. Até o momento nada foi pago e nenhum esclarecimento nos foi dado. Tal atitude apenas demonstra o que pensam os gestores estaduais a respeito dos trabalhadores da cultura de Pernambuco.
Apesar de exigirem dos artistas o profissionalismo necessário para lidar com a burocracia imposta pelo Estado, o governo parece acreditar que os artistas trabalham apenas por amor à arte. Vale destacar que para cada show realizado durante o carnaval, os artistas Pernambucanos precisam investir recursos em ensaios, figurino, equipe técnica, transporte, etc. Ao se apresentarem no carnaval e passarem meses sem receber seus cachês, os artistas perdem seu poder de investimento, de Promover a Renovação e expansão da nossa Arte , paralisando suas carreiras e prejudicando, inclusive, a divulgação da música pernambucana para além das fronteiras de nosso estado. Isso prejudica, mais uma vez, a carreira dos Cantores da nossa Região. É impressionante o descaso, a falta de respeito e falta de compromisso desse governo para com os trabalhadores da cultura de Pernambuco!
A cada novo ciclo festivo, o Governo de Pernambuco se precipita em exaltar a cultura local, os investimentos feitos e uma pretensa política cultural desenvolvida. O que se observa, no entanto, é que a prática não condiz com o discurso. Os gestores da cultura, sempre tão presentes e prontos para apresentar números que comprovem suas ações, silenciam e se escondem na hora de assumir a responsabilidade básica de pagar os profissionais que fazem o carnaval local.
Em matéria publicada no site da Fundarpe em 08 de fevereiro de 2018, os representantes do Governo do Estado fizeram questão de destacar os 14,8 milhões de reais que deveriam ser investidos nos festejos locais, além da valorização das manifestações culturais e dos artistas pernambucanos. Passados cinco meses da festa, tal discurso se mostra apenas mais uma falácia de uma gestão que prefere focar seus esforços em publicidade e esquece de investir em políticas públicas efetivas para a cultura local.

RECIFE, 11 de julho de 2018
Assinam
Grupo musicais: Banda de Pau e Corda, Coral Edgard Moraes, Som da Terra , Quinteto Violado, Maestro Forró & OPBH ;
Artistas: Gustavo Travassos, Gerlane Lops, Karynna Spineli, Luciano Magno, Marrom Brasileiro, Nena Queiroga, Nonô Germano , Almir Rouche, Spok, André Rio e Ed Carlos.

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