O curta experimental A Dança de Júlia, uma realização do coletivo independente La Sangre Mamute Produções, dirigido por Igor Lopes, será exibido no VI Festival de Jericoacoara – Cinema Digital, nesta sexta-feira (9), às 18h. O filme participa da Mostra Competitiva de curtas. Protagonizado por Raquel Santana, o filme conta a história de Júlia Pastrana, que tinha várias partes do corpo cobertas de pelos e apresentava traços simiescos, como grandes gengivas e orelhas protuberantes.
Com o título de "mulher-macaco", a mexicana foi levada aos 20 anos aos EUA pelo empresário Theodore Lent, de acordo com noruegueses que estudaram o caso. Depois, Julia acabou abraçando a "carreira artística", apresentando-se em circos de horrores na Europa. Morreu em 1860, em Moscou, por complicações no parto. O bebê também faleceu. O corpo de Julia foi mumificado a mando do empresário dela e do marido e ficou na Noruega. Só agora, após mais de 150 anos, o corpo da mexicana foi enterrado dignamente. O funeral se deu na sua cidade natal, Leyva, após longa batalha pela repatriação iniciada nos anos 80.
A Dança de Júlia foi feito de forma totalmente independente pelo coletivo de artistas pernambucanos La Sangre Mamute Produções, formado por profissionais de áreas como cinema, teatro, jornalismo e tecnologia. Além da direção, Igor Lopes também assina o roteiro. As imagens e a montagem são de Natália Lopes.
Túlio Vasconcelos
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