Foto: Projeto Cadeira na Rua
Se você nasceu em cidade do interior há pelo menos 30 anos atrás, deve se lembrar de como era comum encontrar vizinhos sentados conversando na calçada enquanto você e os seus amiguinhos brincavam na porta de casa. Um hábito que caminha para a escassez devido ao medo da violência ou por mudanças de comportamento em uma sociedade cada vez mais individualista. Cada vez mais as pessoas tem buscado se trancar em casa com medo de estarem expostas a roubos e isso, vem fazendo com que aquela boa convivência fique entre as boas lembranças que você vai guardar na memória.
Um tempo bom que em breve vai para os aquivos de coisas que perdemos pelo caminho. Na calçada se conversava de um tudo, era a troca de receitas, as peripécias dos filhos, política, o tempo, eram problemas que o ombro amigo podia ajudar. As vezes falar da vida alheia. claro. kkk Isso era tão comum e tão nosso que é difícil passar pelas ruas hoje e ver as nossas calçadas sempre vazias. Nós crianças não ficávamos atrás. A calçada era o lugar ideal pra jogar fubica, xadrez, dama ou esperar a vez para entrar no jogo de vôlei ou futebol. Naquele tempo , as calçadas tinham vida, e até hoje, elas conseguem guardar as marcas deixadas pelo tempo. A corrida das crianças, e os gritos das nossas mães nos chamando que ecoava na rua. As marcas da bola deixadas pela brincadeira de queimada. A risada de dona Antônia, enquanto conversava com dona Elma.
Pode até ser que você não seja dessa época, mas eu acho que a calçada faziam o que muitas redes sociais não fazem, faziam as pessoas se olharem nos olhos, rirem juntas de bobagens do dia a dia, fortalecer as amizades, gerar ajuda mutua. Você conhece os seus vizinhos?
Amannda Oliveira
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