O escritor e professor arcoverdense Carlos Alberto Cavalcanti continua sua rotina de premiações e destaques no cenário nacional, desta vez o mesmo foi premiado com a Medalha de Ouro na categoria "Poesia", no "VI Concurso Nacional Literário Oliveira Caruso 2017" - Rio de Janeiro.
As inscrições ocorreram entre os dias 05 de dezembro de 2016 e 08 de janeiro de 2017, o tema era LIVRE. Porém, não eram aceitos textos que ofendessem crenças, orientação sexual, cor/raça e que denotassem outros tipos de ofensas.
MEDALHA DE OURO: CARLOS ALBERTO CAVALCANTI (ARCOVERDE – PE) – A FÁBULA DA MÁQUINA
MEDALHA DE PRATA: HILDA MENDONÇA (PASSOS – MG) – A LIÇÃO DA FLOR
MEDALHA DE BRONZE: RUI DUARTE TOJEIRA (MARINHA GRANDE - PORTUGAL) - MÁGICO...
A FÁBULA DA MÁQUINA
Carlos Alberto Cavalcanti
No princípio era o homem,
não havia máquina sobre a face da terra,
(o homem era a própria máquina).
Certo dia, o homem se sentiu só
e viu que precisava de uma auxiliar
imediata;
o homem maquinava a máquina,
(a máquina esperava pelo homem).
E o homem criou a máquina
(à sua imagem e semelhança)
e viu o homem que a máquina era boa.
Mas a máquina cresceu e passou a triturar
o homem;
(multiplicou-se e o excluiu).
A partir daí, o homem passou a esperar
pela máquina;
e eis que filas quilométricas
surgiram em toda a face da terra
onde a criação do homem chegou.
A máquina conspirou contra o seu criador
e o expulsou do paraíso natural,
criando o império virtual.
A criatura, enfim, dominou o criador.
O criador percebeu, nostálgico,
que vivia num mundo mágico
até o dia em que cria a dor...
a dor da espera enfadonha,
a dor da dispensa medonha.
Agora, reverente e resignado,
lá está o criador diante da criatura,
maquinolatria?!
Numa fila qualquer,
reza a sua senha
na indigesta procissão,
pra receber o seu saldo
ou talvez a extrema-unção.
Imagem: Reprodução/Internet
Postagem de: Leonardo Silva (Choque Cultural Buíque)
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