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Financiamento coletivo é ferramenta de resistência em campanha social em prol das artes


Um movimento anda crescendo no mundo e no Brasil com resultados positivos para projetos em diversos segmentos que encaram a grande dificuldade de sair do campo das ideias e do papel. E não é à toa é que o financiamento coletivo, ou crowdfunding (termo inglês cuja criação é creditada ao empresário americano Michael Sullivan, em 2006) tem dado as cartas há alguns anos no país. Dados do relatório da Massolution, empresa de pesquisa, de consultoria e implementação americana, já apontavam em 2012 que esses projetos conseguiram cativar 2,7 mil milhões de dólares em investimento e que serviram para apoiar mais de um milhão de campanhas. E apostando na força dessa estratégia que o Grupo Experimental investe na campanha social #AmigosdoExperimental como ação de resistência e transformação do atual cenário econômico e político que estamos vivendo, especialmente no campo da cultura e das artes. “Vivemos um momento de diásporas no nosso país, que além de tudo traduz o quão jovem e frágil é a nossa democracia. Vejamos a arte que em meio a todos os processos de corte na verba pública é a primeira a ser sacrificada, trazendo à tona o sentimento de desigualdade que impõe a este setor tão duras penas. Cabe a nós, juntos com a população discutir e construir novas alternativas para enfrentar este cenário. E faremos isso de forma humanizada e participativa”, comenta Mônica Lira, dançarina e diretora do Grupo.

Com a ideia de que “resistir” é essencial e de que a transformação depende do próprio movimento, o Experimental apostou no financiamento coletivo (https://www.kickante.com.br/campanhas/amigos-do-experimental) para alcançar meta de R$ 60 mil para custear a remontagem e os ensaios do espetáculo “Zambo”, estreado pela companhia de dança há 20 anos, e brindar assim o mundo com resgate de sua própria história. Usando a hastage #AmigosdoExperimental, a iniciativa tem congregado diversos expoentes do cenário local e nacional na iniciativa, que pretende alcançar até o dia 29 de dezembro uma meta de R$ 60 mil para arcar com os custos para remontagem e ensaios do espetáculo “Zambo”, estreado em 1997, marcando assim os 20 anos do Experimental. Zambo permeia na discussão sobre uma cidade que tem no seu entremeio a diversidade, o caranguejo e a lama, além dos elementos de uma cena peculiar, que mostra um Recife efusivo e cheio de descobertas. Uma cidade que está repleta de elementos dos quais precisamos nos apropriar, discutir e difundir, segundo Lira.

Com o apoio de diversas personalidades pernambucanas, a companhia de dança que vem projetando a arte da dança e o potencial pernambucano país afora, e que encantou o público no começo deste ano com o espetáculo Breguetu, na qual colocou em evidência elementos relacionados à manifestação cultural do “brega recifense”, pretende estimular a sociedade e batalhar para manter o tablado em evidência em 2017. Esta foi não só a solução encontrada pelo Experimental para arrecadar recursos para manter suas atividades no prédio histórico que respira arte há duas décadas, como a forma para mostrar que é preciso lutar contra um cenário econômico e político que denigre a importância da cultura e da arte de várias maneiras.

Desenvolvida totalmente para o meio online, a campanha conta com ações em redes sociais digitais, teaser de depoimentos e um minicase documental sobre o Grupo Experimental e sobre a iniciativa. E com a iniciativa o público terá a oportunidade de conhecer um dos primeiros trabalhos da companhia em três dias de pauta (dias 02, 03 e 04 de fevereiro de 2017), com destaque para a garantia de ingressos reservados para os contribuintes da campanha, entre as contrapartidas do financiamento coletivo.

Ivelise Buarque

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