Foto: Getty Images
A noite da Cerimônia de Abertura da 31.ª Olimpíada vai ficar marcada na memória dos brasileiros e na memória dos jogos olímpicos. Uma cerimônia marcada pela emoção e que contagiou o Brasil e o mundo pela diversidade, alegria, colorido, música e um pedido de paz, tolerância e respeito ao meio ambiente. Uma noite em que o brasileiro voltou a ter orgulho do seu país, e que nos fez refletir sobre o país que queremos.
As luzes se apagam. O Rio de Janeiro continua lindo, diz a música de Gilberto Gil, e “aquele abraço” é enviado ao mundo. No telão, cenas da cidade olímpica são levadas a mais de três bilhões de pessoas no mundo. Voltam as luzes. A arte geométrica de Athos Bulcão é a inspiração para o início da cerimônia: 250 folhas de papel metálico ganham movimento manipuladas por mil pessoas, ao som de “Samba de Verão”, na versão de Marcos Valle. As peças viram grandes almofadas que são agitadas, preparando a contagem regressiva. A batucada invade o estádio. O público vibra junto.
O símbolo da paz que é projetado no palco. Reinventado, ele se transforma em uma árvore e leva uma das principais mensagens da cerimônia: a nossa paz com o planeta.
A música popular brasileira assume o comando da cerimônia: acompanhado por pequena orquestra, Paulinho da Viola é canta divinamente o hino nacional e emociona o público do estádio e de casa.
Foto: Roberto Castro/ brasil2016.gov.br
Origem e urbanização
Em uma imensa projeção, micro-organismos se movimentam. É a representação do início da vida. Do cinza, aos poucos passa-se para o verde das florestas. O efeito da chuva e dos pássaros fica por conta do público. Borboletas amarelas moldam um gigante, anunciando a vinda dos indígenas ao palco, e ocas gigantes são formadas com o uso de elásticos. Complementado pela a projeção de luzes, o cenário arranca aplausos.
Mas os índios não ficam sozinhos por muito tempo. Caravelas se aproximam: são os europeus chegando. Os africanos que se tornaram escravos por tantos anos no país também ganham lugar na cena. Aos poucos, a floresta vai dando lugar a plantações de cana. Entram ainda árabes e orientais e a mistura de raças se coloca na cerimônia.
A criação das cidades ocorre com mistura de projeção 3D e coreografia. A altura dos prédios é desafiada por acrobatas no palco. Mas quem enfrentou mesmo as alturas na história brasileira e mundial foi Santos Dumont: seu famoso 14 Bis surge no palco, formado pelas leves caixas de pano e bambu, que antes simbolizavam prédios. Uma versão instrumentalizada de “Construção” de Chico Buarque toma conta do estádio. De forma surpreendente, o avião de pano levanta voo. Outra melodia conhecida surge para acompanhar o passeio noturno do 14Bis pela cidade olímpica: o “Samba do Avião”, de Tom Jobim.
Do Rio para o mundo
Foto: Roberto Castro/ brasil2016.gov.br
Desde Helô Pinheiro, muitas foram as Garotas de Ipanema. No espetáculo, a canção entrou com os passos de Gisele Bundchen No piano, Daniel Jobim, neto de Tom, dá ainda mais charme ao momento. E a modelo não só desfila no centro do Maracanã para o mundo. Seu rastro recria os traços de Oscar Niemeyer e vemos, no palco, obras como a Catedral de Brasília. Nas arquibancadas, as palmas acompanham a estrela.
Vozes diversas
Surgem as batidas do funk e, em um lado do estádio, entra Ludmilla para cantar uma letra que há 20 anos começou nos morros e invadiu a cidade: o rap da felicidade. “Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na cidade onde eu nasci”, reforça a cantora.
No outro extremo do Maracanã, surge Elza Soares com o “Canto de Ossanha”, de Baden Powell e Vinícius de Moraes, fazendo referência ao candomblé e ao som das religiões afro-brasileiras.
De Elza, o passeio pela diversidade da música brasileira chega a Zeca Pagodinho e Marceo D2, juntos e misturados. O que se vê na sequência é uma à contribuição dos negros à cultura brasileira e uma mensagem de empoderamento feminino, por meio das vozes de duas rappers: Karol Conka e MC Soffia . A capoeira também entra em campo.
Disputas e cores
Neste momento, um tema mundial ganha destaque: a necessidade de tolerância. Um grupo de Maracatu e um de Bate-Bolas dividem o palco. A princípio separados, logo se mesclam, formando um mosaico colorido. O estádio treme. Regina Casé reforça a mensagem de paz ao estádio. Jorge Bem Jor relembra ao mundo o “País Tropical”. De Madureira, vem o Baile Charme inspirando 1.500 bailarinos. O público levanta-se e entra no clima. O finalzinho foi no canto a capela, num momento em que foi difícil segurar os arrepios.
Vozes diversas
Surgem as batidas do funk e, em um lado do estádio, entra Ludmilla para cantar uma letra que há 20 anos começou nos morros e invadiu a cidade: o rap da felicidade. “Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na cidade onde eu nasci”, reforça a cantora.
No outro extremo do Maracanã, surge Elza Soares com o “Canto de Ossanha”, de Baden Powell e Vinícius de Moraes, fazendo referência ao candomblé e ao som das religiões afro-brasileiras.
De Elza, o passeio pela diversidade da música brasileira chega a Zeca Pagodinho e Marceo D2, juntos e misturados. O que se vê na sequência é uma à contribuição dos negros à cultura brasileira e uma mensagem de empoderamento feminino, por meio das vozes de duas rappers: Karol Conka e MC Soffia . A capoeira também entra em campo.
Disputas e cores
Neste momento, um tema mundial ganha destaque: a necessidade de tolerância. Um grupo de Maracatu e um de Bate-Bolas dividem o palco. A princípio separados, logo se mesclam, formando um mosaico colorido. O estádio treme. Regina Casé reforça a mensagem de paz ao estádio. Jorge Bem Jor relembra ao mundo o “País Tropical”. De Madureira, vem o Baile Charme inspirando 1.500 bailarinos. O público levanta-se e entra no clima. O finalzinho foi no canto a capela, num momento em que foi difícil segurar os arrepios.
Desfile dos atletas
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Como de praxe, a Grécia, palco dos primeiros Jogos da história, abre o desfile dos atletas. Na sequência, entram os países em ordem alfabética, considerando o idioma do país-sede, que fica para o final. Para a colocação das mudinhas durante a cerimônia, foram criadas estruturas espelhadas que se movimentam pelo estádio.
Reforçando a mensagem de diversidade, cinco transexuais estão entre os voluntários que trazem, em bicicletas, as placas com a indicação de 206 países, mais o inédito time de refugiados e a equipe de atletas olímpicos independentes, que disputarão os Jogos pela bandeira do COI. Coube a Lea T guiar o time da casa.
Canadá, Chile, Espanha – tendo Rafael Nadal à frente-, Estados Unidos – com Michael Phelps de porta-bandeira -, Itália, Japão, México, Palestina e Portugal foram algumas das nações mais aplaudidas. Destaque também para a entrada do time olímpico de refugiados, ovacionado pelo público. Mas nada que se compare à vibração do momento em que foi anunciado o país-sede, ao som de "Aquarela do Brasil". A pernambucana Yane Marques entrou transbordando de alegria e frevando agitando a bandeira do Brasil.
As estruturas espelhadas e giratórias, já com as mudinhas, transformaram-se em árvores, estas deram origem aos cinco aros olímpicos, todos verdes. Milhões de papéis verdinhos se espalham pelo estádio
Gran finale e a pira
Wilson das Neves traz o samba para o espetáculo e relembra nomes consagrados do ritmo, enquanto uma criança de oito anos mostra que sabe desde cedo sambar. Gilberto Gil, Caetano Veloso e Anitta comandam “Sandália de Prata”, de Ary Barroso, e representantes das doze escolas de samba do grupo especial se espalham pelo estádio. A bateria que ecoou no Maracanã dispensa palavras: é uma velha conhecida do mundo por meio do carnaval.
Foto: Getty Images
A chama olímpica é anunciada. Palmas esperam Gustavo Kuerten. Com um sorriso imenso, Guga adentra o estádio. Dá uma parada, mostra o fogo ao estádio, emociona-se. É aplaudido até o momento em que Hortência recebe a chama. A rainha do basquete prossegue, o suspense aumenta.
Foto: Getty Images
No canto do estádio, está Vanderlei Cordeiro de Lima. Ele é o último, o que sobe as escadas. Ainda dá uma paradinha. Sorri. Acende a pira olímpica, que é elevada. Por trás dela, surge uma giratória escultura de Anthony Howe, para encerrar a cerimônia com chave de ouro – o mesmo que Vanderlei merecia em Atenas 2004 e ficou para um outro momento da história. Talvez transformado no brilho da chama que agora estará acesa no centro do Rio de Janeiro, em frente à Igreja da Candelária, enquanto os Jogos durarem.
Informações: Rio 2016
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