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Lucas e Orquestra dos Prazeres estreiam no Festival de Inverno de Garanhuns 2015

Foto: Beto Figueiroa

A energia vibrante e a sonoridade arrebatadora de 30 percussionistas regidos pelo multiartista Lucas dos Prazeres irá ressoar na Esplanada Guadalajara, no próximo domingo (19), durante a programação do 25º Festival de Inverno de Garanhuns (FIG). O show, que será às 22h, no Palco Mestre Dominguinhos, marca a estreia da Orquestra dos Prazeres no evento.

No grupo, Lucas reúne instrumentos percussivos como alfaias, ilús, congas, ajubês e agogôs para apresentar um mosaico da cultura afro e da cultura popular pernambucana, em uma leitura sinfônica. Como um alfaiate devotado, Lucas dos Prazeres tem a sensibilidade e a precisão para costurar todos esses elementos com arranjos modernos, que além dos instrumentos percussivos possuem a melodia de uma viola e um baixo.

Sobre a Orquestra, Lucas é categórico: “Não é uma batucada. É percussão orquestrada. Cada naipe tem sua voz”. No repertório são fartas as homenagens aos griôs pernambucanos, com referência a Badia, a mãe de santo do Pátio do Terço, uma das mais reverenciadas e antigas do Recife, Zé Neguinho do Coco, mestre coquista, e mestre Joab, símbolo da capoeira, além de músicas dos afoxés Alafin Oyó e Oyá Tokolê.

Nesta apresentação da Orquestra dos Prazeres, Lucas também traz releituras de obras musicais consagradas, como África Brasil (Zumbi), de Jorge Ben Jor, Semba dos Ancestrais, de Martinho da Vila, e Zumbi (A Felicidade Guerreira), de Gilberto Gil, e Luanda, de Djavan, transformando-as em peças percussivas.

O show, intitulado Repercutir, foi apresentado ao público pela primeira vez em novembro do ano passado, quando da gravação do DVD da Orquestra, no Teatro Luiz Mendonça, que fica no Parque Dona Lindu, em Boa Viagem. O DVD será lançado em novembro deste ano, no mês da consciência negra.

Em Repercutir, Lucas dos Prazeres une o toque e o canto para construir o seu próprio rito musical, numa perspectiva rica em história e sabedoria. “Quero mostrar a conexão forte, o respeito e o diálogo que temos com a natureza. Não é um show sobre religião. É um show sobre cultura negra, sobre negritude, tendo os ensinamentos, os cuidados e a conscientização dessa realidade no Brasil”, explica o músico.

A Orquestra – Lucas e Orquestra dos Prazeres é um projeto que brotou em 2009 e estreou em dezembro de 2011, fruto de uma equação que soma música, resgate da cultura popular e valorização da ancestralidade afro. A partir da união de vozes e instrumentos percussivos variados, a banda passeia pelo rico repertório de mestres e grupos étnicos, além das conhecidas cantigas de domínio popular.

O grupo consiste na união de duas categorias de família de Lucas: a dos instrumentos e a das pessoas, ambos cercados de afeto e colecionados ao longo da vida. Foi na Orquestra dos Prazeres que Lucas decidiu empregar sua criatividade musical para dar início a um projeto autoral, buscando dar à percussão – conhecida como a “cozinha” das bandas – o papel de protagonista no palco.

Na apresentação da Orquestra dos Prazeres, os instrumentos e os percussionistas são devidamente contemplados na caixa cênica, de maneira que a “cozinha”, deixa de ser o último compartimento da casa ou o fundo do palco, para ser “a casa”, ou seja, o palco é todo percussivo.

O artista – Lucas dos Prazeres é um artista versátil, que vive, sente e respira música, unindo a sensibilidade das mãos com a consciência corporal. Percute em tudo, seja instrumento ou não. A arte sempre se fez presente na vida de Lucas dos Prazeres. Ainda na barriga da mãe, Conceição dos Prazeres, fez as suas primeiras participações dançando no Balé Popular do Recife.

Atualmente, Lucas rege a Orquestra dos Prazeres e prepara um novo espetáculo solo, onde une dança, canto e percussão. Este mês, estreou como apresentador na série de documentários Patrimônio vivo: Na estrada do sempre, no qual entrevista os 33 mestres reconhecidos com o título de Patrimônio Vivo no estado de Pernambuco. Recentemente, Lucas dos Prazeres reposicionou a dança como protagonista de sua carreira, participando como bailarino e preparando a trilha sonora do espetáculo Abô, do Grupo Grial de Dança.


Maíra Brandão


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