Quem caminha pela Vila Rio Branco, no São João de Arcoverde volta e meia leva um susto ou como diz o bom nordestino uma carreira. O Jaraguá personagem lendária dos folguetos e que segundo a lenda tinha Corpo de homem e cabeça de animal, fica por ali pregando susto em quem passa.
E as reações são inúmeras ao personagem que todos os anos Paulo Rogério do Amaral faz questão de manter vivo nos festejos juninos da cidade. Segundo ele: " O Jaraguá que marcou a minha infância era um que descia do São Geraldo. Quando as pessoas diziam: lá vem o jaraguá! a gente corria logo por que era muito assustador tinha cabeça de cavalo. Com o passar do tempo eu pude ver uma oficina com crianças carentes que ensinava a criar o boneco, e que utilizava madeira, os olhos eram feitos de bola de gude, mas a ideia era criar um boneco que assustasse, mas ao mesmo tempo encantasse. Quando eu me reuni com Suedson Neiva, resolvemos dar ao personagem um chapéu , com ar de deboche e colorido característicos da nossa cultura além do olho bem aberto conferindo tudo.
O Jaraguá é composto por madeira que forma a imagem de um cavalo com os olhos bem abertos, chapéu , chita no tecido do corpo e o bater de dentes que na história original assusta Mateus e Catirina. No são joão Paulo já perdeu a conta dos anos em que se aproxima dos visitantes e os assusta.
Depois que levam o susto e entram na casinha do Jaraguá se encantam com a história do personagem e o levam pra casa. O público que entra na barraca pode pagar para ter sustos, carreiras, tirar foto e até levar mordida do personagem que já faz parte do nosso São João.
Hoje é o penúltimo dia da festa e se você ainda não conhece o jaraguá, passa lá, garanto que vai gostar.
Amannda Oliveira
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