Agricultora Joselita Clotildes com suas peças artesanais da fibra da bananeira
Com custos de produção e trabalho compartilhados, aliado a uma melhor
organização, a vida de mulheres no Sertão do Pajeú mudou, fazendo com
que muitas ganhassem independência financeira com atividade artesanal.
Sete agricultoras que vivem em comunidades rurais de Triunfo, no
interior de Pernambuco, estão ganhando mercado e gerando renda com a
produção de peças artesanais fabricadas com a fibra da bananeira.
A
técnica que reutiliza o tronco da bananeira, que seria descartada no
campo após período de maturação da planta, mudou a vida das agricultoras
de Triunfo, que trabalhando em grupo, produzem objetos utilitários - a
exemplo de passadeiras, jogos americanos, porta copos, porta chaves,
porta retrato, capa de cadernos, que são comercializados em feiras da
região e também nacional, como a Fenearte. “A gente se reunia antes duas
tardes por semana, mas agora trabalhamos um dia só, mas os dois
períodos. Toda quinta-feira vamos para à associação para produzir. Gosto
mesmo do trabalho, chega a ser uma distração trabalhar e sair de
casa.”, completou Joselita Clotildes, 62 anos, coordenadora do grupo.
Com
o trabalho artesanal sendo realizado desde 2004, ao longo dos anos as
peças foram ganhando outros formatos estéticos e tratamento adequado
para garantir beleza e a durabilidade. “Como aqui é uma comunidade de
bananeira, nós aproveitamos a matéria prima, ajudando assim, a preservar
o meio ambiente. Fizemos um curso para aprender as técnicas de como
fazer, por que víamos os pés de bananeira, mas nós não sabíamos como
utilizar aquela palha. E agora estamos produzindo várias peças”, disse.
Hoje o grupo comercializa junto a Rede de Mulheres Produtoras do Pajeú,
ao qual integra desde o início.
Mas não só com o artesanato que Joselita se preocupa, em meio as
bananeiras, garante o cultivo de 200 plantas nativas do bioma caatinga. O
incentivo para a preservação das espécies vieram com o Projeto Mulheres
na Caatinga, executado pela Casa da Mulher do Nordeste e patrocinado
pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental. Mulheres
na Caatinga é um projeto que visa fomentar ações de enfrentamento a
desertificação, priorizando a preservação da biodiversidade da Caatinga e
seu manejo sustentável.
ASCOM
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