Foto: instituto tomie ohtake/divulgaçao
A artista plástica Tomie Ohtake morreu nesta quinta-feira (12), aos 101 anos. Internada havia uma semana no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, ela foi vítima de um choque séptico causado por broncopneumonia.
O velório será realizado no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, das 8h às 14h desta sexta (13), em cerimônia aberta ao público. O corpo será cremado também na sexta, com a presença apenas para familiares.
Tomie Ohtake, uma das mais importantes pintoras do Brasil, nasceu em Kyoto, no Japão, em 1913, única mulher entre cinco filhos. Veio ao Brasil em 1936 para visitar um irmão, e acabou ficando de vez no bairro da Mooca, em São Paulo, onde se casou com o agrônomo Ushio Ohtake e teve dois filhos, Ricardo e Ruy.
Começou a se aventurar nas artes plásticas aos 40 anos com o pintor Keisuke Sugano como mestre, e fez parte do Grupo Seibi, formado por outros artistas japoneses. Passou pela arte figurativa, mas fez sua fama como artista abstrata nos anos 1960, quando passou a trabalhar com serigrafia, litografias e gravuras em metal, já naturalizada brasileira.
No início da carreira, Tomie ficou conhecida por usar poucas cores em suas obras, geralmente duas ou três. Mais tarde, nos anos 1970, vieram as obras mais coloridas que exploravam formas geométricas (ovais, retangulares, quadradas), mostrando afinidade com a obra de Mark Rothko.
Foi responsável por obras públicas de grande impacto na paisagem urbana de São Paulo e do Rio de Janeiro. Realizou a escultura em homenagem aos 80 anos de imigração japonesa no Brasil na Avenida 23 de Maio; o painel de pastilhas do metrô Consolação; a tapeçaria do Auditório Simón Bolívar no Memorial da América Latina, a convite de Oscar Niemeyer (destruída durante um incêndio em 2014); e a escultura Estrela do Mar, na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio (removida nos anos 1990).
Teve suas obras expostas na Bienal de São Paulo (Brasil), Bienal de Veneza (Itália), Bienal Latino-Americana (Cuba), Art Museum of the Americas (EUA); e nos principais museus brasileiros (MAC-RJ, Pinacoteca de São Paulo, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Museu Oscar Niemeyer, Museu de Arte Moderna da Bahia, Fundação Iberê Camargo, etc).
Em 1995, Tomie recebeu do Ministério da Cultura o Prêmio Nacional de Artes Plásticas. Em 2000, foi inaugurado em Pinheiros, zona oeste de São Paulo, o Instituto Tomie Ohtake, idealizado e projetado pelos seus filhos, o ex-secretário de Cultura de São Paulo Ricardo Ohtake e o arquiteto Ruy Ohtake. Após a morte de Tarsila do Amaral, em 1973, foi considerada por muitos a “primeira dama da arte brasileira.”
Informações: IG
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