O escritor Ariano Suassuna, que morreu em julho, será homenageado pelo filho, o artista plástico Dantas Suassuna, na cidade paraibana de Taperoá, onde passou a infância. Ariano deixou obras inéditas de um livro que, como todos os outros, escrevia à mão.
No horizonte os primeiros raios de luz anunciam o nascer do sol em meio à paisagem sertaneja. Taperoá, cidade paraibana com quase 15 mil habitantes, que fica a 216 km da capital, João Pessoa, é a terra da infância de Ariano Suassuna.
A cidade é lembrada em obras como "O Auto da Compadecida" e "A Pedra do Reino". Em uma fazenda, a oito quilômetros do centro de Taperoá, que o artista plástico Dantas Suassuna encontra inspiração para pintar. Filho do escritor Ariano Suassuna, ele diz que no lugar viveu momentos marcantes com o pai. "Um dia eu estava pensando: qual é a palavra que mais representava meu pai? Aí eu fiquei pensando e cheguei na palavra lealdade”, comenta Dantas Suassuna, artista plástico.
Ariano deixou com família o último livro ainda não publicado. Como todos os outros de uma extensa obra, o livro foi escrito à mão. Dantas mostra algumas páginas com poemas e partituras de músicas. "Papai deixou não só o livro, mas vários textos inéditos", diz Dantas.
O artista plástico começou a esculpir em uma pedra os desenhos do pai Ariano Suassuna. O objetivo é tirar do papel as gravuras que farão parte do livro inédito de Ariano, previsto para ser lançado em 2015.
A intenção é que Taperoá guarde para sempre figuras que lembram mitos tão presentes no movimento armorial criado pelo escritor. Essa é uma forma de eternizar o amor que Ariano sempre procurou demonstrar pelo sertão onde garimpou personagens tão ricos e imortalizados na literatura brasileira.
G1
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