Foto: CBS |
Era inevitável. Três temporadas após a saída da maior estrela, Charlie Sheen (na atração, Charlie Herper), Two and a half men (CBS) entra na trajetória de despedida, hoje, com o início da exibição dos pouco mais de 20 capítulos da reta final protagonizados por Jon Cryer (Allan Harper) e o substituto Ashton Kutcher (Walden Schmidt).
A sobrevida depois do desentendimento em 2011 entre o criador do programa, Chuck Lorre, e o intérprete do dono de uma mansão na paradisíaca Malibu, na Califórnia, só provou o quanto restava de fôlego à série de comédia há mais tempo no ar na TV norte-americana e de talento ao ex-coadjuvante Cryer - alçado ao posto de papel principal em uma mudança coroada com o prêmio de melhor ator do gênero no Emmy de 2012.
O seriado definhou com as quedas sucessivas na audiência - foi do primeiro lugar às segundas-feiras à 19ª colocação - e com o súbito arrependimento artístico do astro-mirim e integrante do núcleo original Angus T.Jones (Jake Harper) - novo adventista, ele exortou os fãs a ignorarem o humorístico "promíscuo" e se definiu como um "hipócrita" pelas próprias atuações. A contrição tardia levou à rescisão do contrato e à substituição em cena por Amby Tamblyn (Jenny, filha gay de Charlie).
A costura para manter vivo o programa e defenestrar o desgaste por mais de uma década no ar (começou em 2003) encontra razão no sucesso histórico alcançado pela série. A trama sobre a convivência de um milionário boa vida forçado a hospedar o irmão avarento divorciado e sem-teto e o sobrinho débil vingou ao beber do politicamente incorreto em uma época marcada pela profusão de novas séries dramáticas com "mocinhos" controvertidos e ascensão de humorísticos reconhecidos por crítica e público - a exemplo do imbatível em prêmios Modern family.
O programa nunca se furtou ao debochar de gays, machistas, feministas, crianças, empregadas domésticas. Abusou do sarcasmo ao tratar da relações entre mãe e filhos (aproximados apenas pelo dinheiro ou vaidade), patrões e empregados (livres de respeito ou hierarquia) e irmãos (juntos só por circunstâncias).
A ficção logo se misturou à vida real. Charlie Sheen reproduziu fora da tela a conduta errática do personagem Charlie Harper. Viciado em bebidas, drogas e prostitutas, ele passou por clínicas de desintoxicação justamente quando o salário se tornava o mais alto da TV dos EUA (cerca de US$ 1,2 milhão). Acabou demitido.
O substituto recrutado, Kutcher, o rosto sexy de Hollywood e queridinho de The 70’s show, assumiu o posto de mais bem remunerado, mas não segurou a audiência apesar de ser visto na estreia por 28 milhões de espectadores. O garoto-problema Jake Harper, crescido no programa, inspirou as declarações bombásticas de Angus T.Jones sobre a própria trama. A confusão na série extrapolava a telinha.
A 12ª temporada nasce sob a expectativa de nova mistura: a participação de Sheen, cujo personagem foi morto na trama, é aguardada pelos fãs. De concreto, no entanto, haverá o casamento entre o bilionário nerd Walden, em crise existencial após uma experiência de quase morte, e Alan com o propósito de uma união gay viabilzar a adoção de uma criança. Agora, um tema atual incorporado pela televisão e pronto para ser, por que não, debochado pelos protagonistas da série. Inevitável.
As participações
O sucesso de Two and a half men se deve, também, às participações esporádicas dos astros de Hollywood. Já passaram pelo programa a mais sexy do mundo Mila Kunis (namorada de Ashton Kutcher), Miley Cyrus, Martin Sheen, Steven Tyler, entre outros. A boa atuação do elenco coadjuvante, com destaque para Conchata Ferrell (Berta), Holland Taylor (Evelun Harper) e Melanie Lynksey (Rose), ampliou a audiência do programa durante as temporadas.
Informações: Diário de Pernambuco
1 Comentários
O trabalho de Melanie nesta série parecia muito bom e acho que em sua nova série Togetherness também vai fazer muito bem.
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