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Audiência dá andamento aos debates sobre transferência da Feira da Sulanca

Segunda audiência para tratar da transferência da feira da Sulanca, que sairá do Parque 18 de Maio, em Caruaru, dirigida pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), aconteceu na sexta-feira (3), na sede das Promotorias de Justiça da cidade. As promotoras de Justiça Gilka Miranda e Bianca Stella Barroso ouviram os argumentos e explicações de feirantes, comerciantes e entidades que representam a sulanca local.

A discussão girou em torno de temas como a ordenação do projeto, a implantação de ações culturais no novo empreendimento, o preço dos boxes e a urbanização do espaço que ficará vazio com a saída da feira.

O novo local destinado à Feira da Sulanca é uma área de 60 hectares localizados em frente ao Polo Comercial do município, às margens da BR-104, no sentido para Toritama. O MPPE está fiscalizando e coordenando as negociações para que a mudança não seja traumática para feirantes, comerciantes, nem a cidade.
“Estamos acompanhando o gerenciamento e as soluções dados aos problemas que surgem. É uma transferência complexa, porque mexe com a economia, o social, o urbanismo, o meio ambiente e a cultura de Caruaru”, pontuou a promotora Bianca Stella.

O plano de retirada da Feira da Sulanca foi idealizado por causa do tumulto urbanístico que o crescimento desordenado vem causando, já que toma espaços não planejados, atrapalhando o trânsito e esgotando estacionamentos em seu entorno. No entanto, o MPPE cobra que a área que ela deixará livre ao sair seja revitalizada, para que continue gerando ganhos para Caruaru.

Quanto ao plano social e econômico, o MPPE analisa se os feirantes e comerciantes menores terão prejuízo na distribuição da planta, se os seus boxes serão menosprezados em relação às confecções e lojas maiores, como, por exemplo, uma área menos valorizada por prever menor acesso. “A mudança não deve penalizar os mais humildes. O valor a ser cobrado pelo tamanho e localização dos boxes tem que ser democrático e acessível”, revelou a promotora Gilka Miranda.

As promotoras também lembram que a Feira da Sulanca faz parte da Feira de Caruaru, que é um patrimônio cultural e imaterial brasileiro. O novo espaço precisa contar com projetos que vislumbrem a cultura da cidade e não seja apenas comércio. Assim, a Fundação de Cultura de Caruaru foi envolvida nas discussões. “Mesmo mais distante, é necessário reforçar que a Feira da Sulanca é parte da famosa Feira de Caruaru e não mais um shopping”, frisou a promotora Gilka Miranda.

Já o debate sobre o meio ambiente ficou para uma reunião futura. O MPPE recebeu a informação que 52 dos 60 hectares destinados à feira foram desmatados irregularmente. As promotoras ainda apuram as denúncias de que pode ter sido a prefeitura ou o antigo proprietário do terreno. Por causa das investigações, a obra, por enquanto, está embargada.
“Precisamos tratar com calma essa transferência. Ela não poderá ser feita às pressas, pois temos que considerar diversos aspectos”, comentou a promotora Bianca Stella.

MPPE

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