Hoje sabemos muito sobre diferentes assuntos relacionados à saúde, mas ainda existem alguns temas que geram dúvidas nos consultórios ginecológicos, como o HPV. “Ao longo da vida, cerca de 70% das mulheres serão expostas, Papiloma Vírus Humano (HPV), mas a maioria eliminará o vírus espontaneamente”, explica a ginecologista Christiane Curci Regis. A seguir, confira dez coisas que você não sabe sobre o HPV:
1- Camisinha masculina não protege completamente contra o HPV
“O preservativo masculino protege contra outras doenças sexualmente transmissíveis e evita a gravidez, mas não é totalmente eficaz na prevenção do contágio do HPV, mesmo quando não há penetração. A questão é que a camisinha não isola as partes genitais externas, passíveis de infecção pelo vírus. Sendo assim, se o parceiro for portador do vírus e este se encontrar nestas regiões, poderá haver transmissão, apesar do uso do preservativo”, explica a ginecologista.
2- Camisinha feminina é mais eficaz para evitar o contágio do vírus
De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), a camisinha feminina aumenta a a área de cobertura, já que também isola a vulva do contato com o parceiro, sendo mais eficaz para evitar o contágio por HPV. No entanto, ela deve ser utilizada desde o início da relação sexual, mesmo que não haja penetração.
“O HPV pode provocar dois tipos de lesões. As chamadas infecções clínicas se caracterizam por verrugas em formato de “crista de galo”, que podem surgir no colo do útero ou na região genital e anal feminina ou masculina. As infecções subclínicas não são visíveis a olho nu e apenas um exame pode identificar a presença do vírus. Neste caso, a ausência se sintomas aparentes não exclui a presença do vírus. Também é preciso estar atenta a presença de corrimento, coceira, dor durante a relação sexual e sangramento anormal, fora do período menstrual’, orienta Christiane.
4 - A vacina contra o HPV não exclui totalmente a possibilidade de câncer do colo do útero
Conforme informações do Inca, a vacina protege apenas contra dois tipos de HPV, responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero. Isso significa que 30% dos casos não podem ser evitados por quem toma a vacina. Mulheres vacinas devem continuar realizando o preventivo regularmente para prevenir esta e outras doenças.
5- Existem mais de 100 tipos de HPV
Segundo informações do Inca, cerca de 40 tipos do vírus podem infectar a região ano-genital. Entre estes, pelo menos 13 podem provocar lesões persistentes e precursoras do câncer do colo do útero. Os tipos 16 e 17 do vírus estão presentes em 70% dos casos da doença.
6 - O exame clínico é a melhor forma de identificar o problema
“A ausência de sintomas não exclui a presença do HPV. Sendo assim, o exame clínico a melhor forma de diagnosticar a infecção pelo vírus e evitar lesões precursoras do câncer do colo do útero. Realizado periodicamente, o preventivo ginecológico pode ajudar a identificar possíveis lesões”, diz a ginecologista.
7 - A mãe pode transmitir o vírus para o bebê antes do parto
Conforme informações do Inca, a contaminação pode ocorrer antes do trabalho de parto e a opção pela cesariana não garante a prevenção da transmissão do HPV, caso a mãe esteja infectada pelo vírus. No caso do parto normal, o desenvolvimento de lesões no bebê é considerado raro. O obstetra deve avaliar cada caso, individualmente para identificar a melhor via para o parto.
8 - O tratamento das lesões diminui o risco de câncer do colo do útero, mas não exclui
Evitar a contaminação pelo vírus do HPV é a melhor forma de prevenir o câncer do colo do útero. De acordo com a Christiane, “o tratamento das lesões precursoras da doença reduz a incidência e a mortalidade pelo câncer do colo do útero”.
9 - Cerca de 80% das mulheres sexualmente ativas será infectada pelo HPV
De acordo com dados do Inca, outras pesquisas indicam que a presença do vírus pode ser ainda maior entre os homens. No entanto, a maioria das infecções pelos diferentes tipos do vírus é transitória, combatida espontaneamente pelo sistema imune, regredindo entre seis meses a dois anos após a exposição.
10 - Uma vida desequilibrada pode aumentar a incidência do HPV
O organismo é responsável por eliminar, de forma espontânea, a maioria dos tipos de HPV. No entanto, quando o sistema imune está abalado, as chances de uma infecção persistente aumentam. “Fumar ou beber em excesso, e o uso de drogas, afetam o sistema de defesa do organismo, fazendo com que o HPV atinja a mulher com maior facilidade”, ressalta a ginecologista. Como o uso do preservativo não exclui a possibilidade de transmissão do vírus, o risco cresce junto com o número de parceiros sexuais.
Texto:Renata Demôro
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