O Hospital Regional Dom Moura, em Garanhuns, que realiza em média 13 mil atendimentos por mês, pode ter três especialidades suspensas a partir de hoje. O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) determinou a interdição ética dos setores de pediatria, cirurgia e traumatologia. Equipe reduzida, problemas estruturais e falta de segurança foram alguns dos motivos listados pelo órgão em coletiva ontem. A denúncia foi formalizada no Ministério Público de Pernambuco. Na prática, no entanto, só não haverá atendimento se o número mínimo de dois médicos por especialidade não for cumprido, como exigiu o Cremepe. A diretora do Dom Moura, Carla Freitas, garantiu que se reunirá com os médicos para que nenhum setor precise ser fechado.
“O Dom Moura deve ser um hospital de referência. Atende a 21 municípios do Agreste e demais regiões e faz parte da extensão da UFPE. Mas o que vimos foi um cenário de calamidade. Faltam respiradores, aspiradores, aparelhos de animação, seringas e agulhas”, denunciou a presidente do Cremepe, Helena Carneiro Leão. De acordo com ela, a equipe médica corre perigo. “Com um pediatra apenas para atender os pacientes internados e os que chegam, o profissional não dá conta e está sendo ameaçado por policiais da localidade”, acusou.
A diretora do Dom Moura, Carla Freitas, afirmou que toda a população continuará sendo atendida. “Estamos fazendo um apelo aos médicos para que compareçam aos plantões”, disse. Segundo ela, a pediatria está com déficit aos sábados e domingos e faltam cirurgiões aos domingos, mas os pacientes são transferidos à rede privada se necessário. Já sobre o número de médicos, a diretora destacou a falta de profissionais interessados em atender no interior. “O concurso realizado pela Secretaria de Saúde deve melhorar essa situação”, completou.
Fonte: Diário de Pernambuco
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