Um corte no
dedo, uma dor de garganta, uma crise de asma, pressão alta e outras situações
como essas nós conhecemos muito bem, mas quando realmente é necessário ir ao hospital?
Será mesmo que o dedo não vai parar de sangrar, muitas pessoas correm
imediatamente para as emergências, já outras com um quadro sério insistem em
ficar em casa. Quando é necessário chamar uma ambulância ou apenas ficar de
repouso?
Estamos imersos
em uma realidade desfavorável dos nossos hospitais públicos, ficamos lá
esperando horas e muitas vezes simplesmente nos encaminham para outro hospital.
Diversos fatores juntos fazem isso: redução de leitos nos hospitais na última
década, mal funcionamento dos postos de saúde e o envelhecimento da população.
Muitos dos casos que chegam às emergências poderiam ser resolvidos em consultas
de rotina, a família recorre ao hospital pois mesmo na demora se sentem mais
seguras que ali serão atendidas, avaliadas, farão exames e receberão um
diagnóstico e tratamento no mesmo dia. Isso nada mais é que um espelho do
estado deturpado que a saúde brasileira se encontra.
O Dr. Hélio
Penna, diretor de Medicina de Urgência da Sociedade Brasileira de Clínica
Médica diz que o ponto mais importante é a intuição, você se conhece e conhece
sua família melhor que ninguém, na dúvida o melhor a se fazer é procurar
atendimento em um pronto-socorro.
TRIAGEM.
Ao chegar em um serviço do
emergência você passará por um serviço de triagem, a maioria dos hospitais
brasileiros já utilizam esse método. Um enfermeiro irá avaliar seu estado de
saúde e ali posicionará você em uma fila imaginária. Tudo dependerá do seu risco de vida; os
pacientes são separados por cores (vermelho, amarelo, verde, azul), essa cores
podem mudar de acordo com a rotina do hospital. Um paciente que cortou o dedo
não será atendido antes do paciente que sofreu um AVC. Se você estiver na fila
não é sinônimo que será atendido, se chegar alguém baleado ele receberá a cor
vermelha de risco e passará na sua frente. Prepare-se, pois se estiver com uma
dor de cabeça terá que esperar muito, podendo ficar sentado por horas.
5 MOTIVOS PARA PROCURAR O PRONTO-SOCORRO.
1.Dor muito forte de repente. Dor no peito, na cabeça, no abdômen ou
qualquer parte do corpo pode ser sinal de um problema grave. Especialistas em
emergência indicam examinar qualquer pessoa com dor no peito por mais de 5
minutos. Cuidado, você pode estar tendo um infarto. Algumas pessoas confundem
dor no peito com indigestão e muitas vezes passam horas para procurar
atendimento médico.
2. Dormência, fraqueza, dificuldade de
movimentar uma parte do corpo, está enxergando apenas com um olho, a fala
enrolada, a cabeça parece que vai estourar de tanta dor? Cuidado, esses são os
principais sintomas de um AVC. Algumas pessoas ignoram esses sintomas pois eles
podem acontecer em episódios rápidos que duram 10 minutos até 1 hora.
3. Está machucado, bateu a cabeça, corte
profundo, perda de sangue, inconsciente, caiu de uma altura superior a 1,80 m
(adulto) e 1,50 m (criança), fraturas, uma parte do corpo parece inchado ou
traumatismo ocular? Lesões como essas precisam de uma avaliação médica de
urgência.
4. Doença crônica que piora de repente? Como
asma, hipertensão, epilepsia, problemas renais, alergias graves? No seu exame
de rotina procure saber com o médico o que você precisa fazer em caso de
urgência. Uma queda rápida de açúcar no sangue, crise de asma, uma picada de
abelha podem ser motivos para um atendimento no pronto-socorro.
5. Você percebe que está com sintomas de uma
doença grave? Na sua região está acontecendo uma epidemia? O indicado é
observar os sinais e sintomas descritos pelos órgãos de saúde e se forem os
mesmo sobre determinada doença, procure um serviço de urgência.
5 MOTIVOS PARA NÃO PROCURAR
UM PRONTO-SOCORRO.
1 . Você está resfriado, está com uma infecção
leve, pequeno ferimento, nariz entupido, garganta arranhando e febre baixa? O
mais indicado para você é procurar um posto de saúde ou uma clínica médica
particular. Lembrando que se você estiver com uma doença crônica, fez uma
cirurgia recentemente, fez quimioterapia, um simples resfriado pode atingir seu
sistema respiratório e pode causa sérios problemas.
2. Uma dor conhecida? Aquela enxaqueca de
sempre? Os médicos da emergência só poderão lhe dar uma analgésico, você ficará
sob observação e depois será mandado para casa.
3. Meu remédio acabou, e agora? Os médicos de
emergência irão prescrever medicações para situações de risco a vida e não de
tratamento continuo, eles não irão renovar suas prescrições. Procure seu médico.
4. Se você não tem um médico clínico-geral que
acompanha seu caso, não ache que encontrará isso na emergência. O médico do
pronto-socorro não fará um acompanhamento, ele irá sanar o desconforto e o
conduzirá a um posto de saúde ou médico particular para acompanhamento e
tratamento.
Dayvison Hebert
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