Se
você realmente sonha em empreender, a sua idade não importa. O que importa é
ser extremamente apaixonado por solucionar problemas e melhorar a vida das
pessoas, e estar disposto a trabalhar arduamente para fazer as coisas
acontecerem”.
Bel
Pesce (Autora do Livro a Menina do Vale)
O EI e o empreendedorismo
O Brasil é
um dos países com a maior Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial (TEA),
segundo pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor (GEM). Dados referentes ao
assunto demonstram que o empreendedorismo está consolidado no país e crescendo.
A vocação empreendedora dos brasileiros é evidente, portanto deve e pode ser
estimulada.
Uma
importante ferramenta de estimulo foi a aprovação da Lei Geral da Micro e
Pequena Empresa, em 2007, e da Lei do Microempreendedor Individual, em 2008 e a
sua posterior regulamentação por estados e municípios, todavia, é necessário
fazer acontecer (implementar) essa legislação, como fez recentemente a Prefeita
Madalena Brito com a criação de uma comissão intersecretarias de compras
públicas (um importante passo) muitos outros serão necessários.
Em
Arcoverde, hoje existem mais de 1.000 Empreendedores Individuais – EI
registrados e potencial para crescer esses números em no mínimo mais 60%,
considerando o alto índice de informalidade de alguns segmentos. Portanto mãos à obra.
Foco sem disciplina
A seca que assola o Nordeste brasileiro,
a mais cruel dos 30 ou 50 anos segundo estudiosos, é uma clara demonstração de foco
sem disciplina, basta observarmos com atenção as ações adotadas e anunciadas
sempre com alguma pompa pelo governo do Estado e com alguma raridade pelo
Governo Federal. O problema é que produtores rurais estão cada vez mais pobres,
gado morre a cada dia, mais localidades enfrentam racionamento ou sofrem com
falta d’ água, cisternas, toneladas e mais toneladas de cana e de milho não
chegam a quem de direito (apesar dos constantes e repetidos anúncios).
Vou
me reportar à História para demonstrar a importância de FOCO e DISCIPLINA na resolução de catástrofes.
Em
1755, a cidade de Lisboa foi assolada pelo maior terremoto registrado até
aquela época. Nunca se viu, até então, uma catástrofe tão terrível. Dezenas de
milhares de vidas foram ceifadas, e a cidade foi quase totalmente destruída. O
que o terremoto não conseguiu destruir, o Tsunami, que aconteceu logo a seguir,
cumpriu esse papel. Em poucas horas, a cidade, de aproximadamente trezentos mil
habitantes, quase havia desaparecido. Vale a pena registrar que foi depois
desse incidente que nasceu a sismologia. Foi um dos sismos mais mortíferos da
História, marcando o que alguns historiadores chamam a pré-história da Europa
Moderna. Os geólogos modernos estimam que o sismo de 1755 atingiu a magnitude 9
na escala Richter.
Conta a história que o então Marquês de Pombal, quando questionado sobre o que fazer, disse as célebres palavras: "Enterram-se os mortos e cuidam-se dos vivos". Os portugueses, acostumados a chorar por seus mortos, precisavam agir rápido, para que o restante da população não morresse vítima de enfermidades causadas pelo apodrecimento dos corpos. Assim, começou uma maratona para enterrar os milhares de corpos e ao mesmo tempo dar atendimento médico aos milhares de feridos. A cidade agiu rápido e com grande determinação. O que o Marquês, na verdade, disse às pessoas era que elas precisavam de foco. Numa catástrofe, as pessoas tendem a ficar desorientadas e não sabem a quem recorrer. É preciso que haja alguém com lucidez, tranqüilidade e visão de futuro para conduzi-las.
Na
história contemporânea, vimos algo semelhante no fatídico 11 de setembro. O
Tsunami no Japão, o acidente na usina nuclear de Fukushima, os governos
souberam dar o foco.
Podemos
afirmar que o foco
aliado à disciplina
foram os grandes responsáveis pelo sucesso da recuperação, tanto da cidade de
Lisboa, como de Nova York e no Japão.
Foco sem disciplina
é comparado a um grande polvo usando patins. Enfim, a história está cheia de
lições poderosas para os mais atentos.
Precisamos
tanto de foco
como de disciplina.
Na falta de um deles, perde-se a oportunidade de avançar e resolver uma série
de coisas. O problema é que, na grande maioria das vezes, nós temos apenas um
desses elementos e achamos que é o suficiente para avançar. Muitos têm foco e sabem para onde ir. São
capazes até mesmo de imaginar o futuro de modo nítido, escrevendo seus
objetivos e metas. Mas, pela falta de disciplina,
nunca conseguem chegar lá. Ficam prisioneiros de várias ações que são
verdadeiras perdas de tempo. Alguém definiu disciplina como a arte de seguir em frente, sem se
desviar ou perder a motivação.
Concluindo,
percebemos que hoje padecemos da falta dessa liderança que dê FOCO a toda essa catástrofe, que busque
soluções, alternativas e não paliativos. Enquanto isso as obras da transposição
do São Francisco se arrastam, outras obras estruturadoras se arrastam.....
Aildo Biserra
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