Quem viaja pelas estradas do sertão pernambucano não consegue esconder o espanto com as cenas de horror advindas da seca.
Na direita ou na esquerda a imagem que se tem é de deserto. A paisagem seca entristece o sertanejo que sem saber mais o que fazer, vende o gado a preço de banana pra não deixar que morra sem ter o que comer.
Ontem em uma das minhas idas pelas estradas do sertão, conversei com seu Manoel, que me contou duas histórias de cortar o coração.
Na primeira, me contou que numa feira de gado realizada frequentemente, um criador de gado desesperado por não ter vendido nada, soltou todos os animais que havia levado e disse que quem quisesse poderia levar pra casa, por que ele não sabia mais o que fazer para alimentá-los.
Segundo seu Manoel, muitas pessoas que estavam pela feira pegaram alguns animais e levaram para suas terras, enquanto que o criador sentava no caminhão e chorava.
Outro caso que me cortou o coração, foi de um fazendeiro cujo nome não revelarei por respeito a família, que matou o gado e se matou em seguida desesperado com a situação das suas terras na seca.
A seca maltrata o nordeste há séculos e apesar de muito já ter sido feito como construção de barragens e a doação de cisternas , o nordestino continua a sofrer. Em algumas cidades a água não chega nas torneiras há muito tempo e o abastecimento é feito através de carros pipa, em outros o racionamento é feito para evitar a escassez de algo vital para a nossa sobrevivência: a água.
Enquanto o gado morre e o sertanejo sofre, só nos resta pedir a Deus que escute o clamor do povo seu e mande chuva pro sertão.
A poesia da semana, vem em forma de música com a letra da música SECA DO NORDESTE de Fagner.
SECA DO NORDESTE
Ô sol! sol escaldante
Terra poeirenta
Dias e dias, meses e m e s e s sem chover
E o pobre lavrador com a ferramenta rude
Bate forte no solo duro
Em cada pancada parece gemer
Hum, hum, hum, hum, hum, hum, hum
Geme a terra de dor ó ó ó ô
Não adianta o meu lamento meu senhor
Ó ó ó ô e a chuva não vem
Chão continua seco e poeirento
No auge do desespero uns se revoltam contra deus
Outros rezam com fervor
Nosso gado está sedento meu senhor
Nos livrai dessa desgraça
O céu escurece
As nuvens parecem grandes rolos de fumaça
Chove no coração do brasil
E o lavrador retira o seu chapéu
E olhando o firmamento
Suas lágrimas se unem
Com as dádivas do céu
O gado muge de alegria
Parece entoar uma linda melodia
Amannda Oliveira
1 Comentários
Os extremos, a seca e as inundações, trazem sempre muita tristeza e desespero às pessoas. É notório e extremamente necessário mais a ser feito,já que é previsível a seca no nordeste. Menos gastos com deputados, senadores e vereadores reverteria em mais dinheiro para investir nas dificuldades do nosso povo. Impostos devem ser destinados para investimento na qualidade de vida de quem paga.
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