O espetáculo Ahteia, concebido
por Emerson Calado (Cordel de
Fogo Encantado) e Márcia Gelape (Garcia
y Lorca Tablao Flamenco Itinerante), recita, canta e dança o sertão, formando
uma teia de informações culturais – origem do nome.
O espetáculo teve a sua estreia nacional no dia primeiro e
vai até o sábado (03) de março, sempre de quinta a domingo, às 21h30, no Pátio
Espanhol, em Belo Horizonte- Minas Gerais.
A teia de conhecimentos, experiências individuais e é claro as
origens de cada um fez surgir uma nova perspectiva artística diante de
pesquisas e vivências de Emerson Calado (Cordel de Fogo Encantado - Recife/PE)
e Márcia Gelape (Cia
de Dança Garcia y Lorca). Juntamente com Tonino Arcoverde (compositor - Recife/PE), Joaquim Izidro (músico
- Recife/PE) e Noemi Gelape (GarciaLorca Produções). Cada um traz
consigo sua arte e sua origem que compõem um mosaico inovador, dando vida a
banda e ao espetáculo Ahteia.
A união dos músicos do Nordeste brasileiro com o
teatro e a dança mineiros remete a similaridade cultural entre os dois
estados devida aos processos de migração dos sefarditas (judeus
espanhóis vindos de Andaluzia) que chegam até Minas Gerais. O Estado torna-se
então o maior no mundo com em número de descendentes de sefarditas.
A TEIA: Tonino é arcoverdense, terra
do samba de coco, do forró, localizada na região do Moxotó cujo berço histórico
não deixa de ser contado e recontado pelos seus artistas.
Emerson Calado tem sangue
índio, herdado dos Xucurus em Pesqueira , cidade do agreste pernambucao
conhecida como a terra da renda e da renascença, traz o consigo o silêncio
inquieto em busca de palavras que encontra nos sons dos tambores.
AHTEIA: “Através das
várias linguagens que possuímos buscamos a limpidez da origem delas pela
história do sertão brasileiro, que pelos seus processos imigratórios e
migratórios, acabou nos proporcionando um banco de dados para a pesquisa da
origem de nossas crenças e nossos costumes. Homenageamos povos que foram
perseguidos pela inquisição, pelos coronéis e pelos preconceitos descabidos
difundidos em nossa sociedade atual. Partimos da premissa de que um povo sem
origem é um povo perdido, em busca de identidades e raízes e que talvez essa
divulgação possa voltar os olhos modernos para a valorização da cultura
brasileira em sua enorme riqueza. Atheia traz a possibilidade de uma história
transparente poetizada em forma de espetáculo onde cada origem torna-se uma
pequena mostra do que se tornou hoje na cultura brasileira e de sua gratidão
enorme aos antepassados.”
No espetáculo: Entre as performances em Ahteia, está o Soleá da Seca, em ritmo flamenco mesclado com a
viola caipira harmoniosamente tecidos entre si. As culturas brasileira e flamenca, surgem
intensas, com sapateados flamencos em musica de Minas e Recife.
Um dos números é em Ladino (espanhol e latim), música esta que
foi cedida pelo rabino da
sinagoga de Recife para mostrar os serfaditas e nossa cultura, cantada por Fortuna,
uma das grandes cantoras de Flamenco.
Atheia tem direção geral: Emerson Calado e Márcia Gelape; Direção artística: Márcia Gelape; Direção musical: Emerson Calado e Produção: Noemi Gelape.
No elenco: Ana Sampaio, Anderson da Matta, Dudé Carnero, Eduardo Passalo, Juliana Íris, Alejandro Garcia, Bruno
Mendes, Márcia Gelape e Noemi
Gelape. Execução musical:
Emerson Calado e Tonino Arcoverde.
Amannda Oliveira
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