Ele
nasceu em Igarassu e começou a cantar muito cedo. Aos 09 anos já participava de
festivais e aos 13 cantava em bares, churrascarias e bailes.
Já
esteve a frente da “Banda Pinguim” e “ Banda Humm” e há dez anos iniciou
carreira solo tocando ritmos bem pernambucanos como coco, ciranda, frevo,
maracatu e forró.
Em
2011 em comemoração aos 26 anos de carreira, gravou no Pátio de São Pedro, no
Recife, o seu quinto dvd e décimo cd intitulado “EVOÉ NABUCO”.
Estamos falando do cantor Almir Rouche.
Almir , em primeiro lugar muito obrigada por
nos conceder esta entrevista.
Blog Falando Francamente: Você completou 26 anos de carreira gravando um dvd histórico no Pátio
de São Pedro. Como surgiu o nome EVOÉ NABUCO? E, por que o Pátio de São Pedro?
Almir Rouche: Eu tenho
um projeto chamado EVOÉ BRASIL, que na verdade retrata os carnavais de todos os
tempos. Percebi que o centenário de Joaquim Nabuco passou sem muito alarde, e
não me conformei com isso. Como o meu trabalho é galgado nessa mistura de
ritmos afro-brasileiro, resolvi prestar essa homenagem como título desse
trabalho. Percebi que foi como uma luva vestiu muito bem.
Blog Falando Francamente: A gravação do seu dvd contou nomes como Elba Ramalho, Cezzinha, o
rapper, MV Bill, João Pinheiro, Gaby Amarantos, Arlindo dos Oito Baixos, Beto
Hortis, Louro Santos & Victor Santos, Luciano Magno , Marron Brasileiro, Ed
Carlos, Nena Queiroga, André Rio, Gustavo Travassos e Maestro Spok. Como foi misturar
tantos ritmos sem perder a pernambucanidade?
Almir Rouche: Olha, confesso que não fiquei preocupado. Senti que
as músicas se completavam e não perdiam a raiz do nosso foco. As coisas foram
se encaixando naturalmente. Acho que o povo da minha terra vai ficar orgulhoso
do nosso trabalho.
Blog Falando Francamente: Como
foi ter o seu dvd apresentado em especial da Rede Globo Nordeste?
Almir Rouche: Foi bacana! Mas aqui pra nós, essas coisas nos deixam
orgulhosos, mas não sobem a cabeça. Já tive muita pressa, hoje não! Fiquei feliz
momentaneamente, depois vi que a responsabilidade aumentou. Kkkkkkk
Blog Falando Francamente: A música “Galo eu te Amo” é um dos
clássicos do nosso carnaval. Como surgiu a letra dessa música? Após tantos anos
cantando no Galo, você ainda se emociona?
Almir
Rouche: Eu fiz essa música e letra em um quarto de
hotel em Maceió. Tava concentrado esperando a produção vir me buscar pra mais
um show da parceria. Faltava ainda um mês para o desfile do Galo, bateu uma
tremenda saudade, pois já havia uns 15 dias que eu estava no mundo fazendo
shows. Até hoje quando canto, sinto um nó da garganta, pois me lembro de
(Enéias). Ele amava essa música.
Blog Falando Francamente: Como você enxerga a música pernambucana hoje?
Almir
Rouche: Bom, ela é forte, mas nossos artistas são
geralmente egocêntricos, por isso nosso estado ainda não despontou como nossos co-irmãos
baianos.
Detalhe: Eles aprenderam com Luiz Gonzaga nosso
rei maior. E Luis era pernambucano. Foi o mais generoso artista que nós tivemos,
por isso, ainda é rei e nenhum artista pernambucano vai tirar sua coroa.
Blog Falando Francamente: O carnaval está chegando e uma questão muito discutida é sempre
retomada: a inserção de artistas baianos no nosso carnaval em bailes
tradicionais como o Municipal do Recife. Não seria esta uma forma “burra” de
vender o carnaval pernambucano, uma vez que os turistas que vem ao estado
querem ver de perto o que é nosso como o frevo e o maracatu?
Almir
Rouche: Olha, penso que proibir não é o caminho, mas
abrir mais espaço para os nossos é preciso. Melhores cachês, tratamento,
respeito, mídia, etc, Temos um diamante bruto que ninguém soube lapidar ainda.
Blog Falando Francamente: Em Salvador não se toca frevo, maracatu ou qualquer outro ritmo que
não o axé durante o carnaval. O governo do estado investe pesado em divulgação
a nível nacional e os artistas participam ativamente de campanhas para divulgar
a sua terra. O que falta a Pernambuco que é rico em tradição, mas que não
consegue decolar na mídia nacional durante o carnaval? Investimento do governo
do estado ou integração entre os cantores?
Almir
Rouche: Falta dos artistas, união. Dos políticos,
vontade. Dos setores privados, vontade de investir. Eles só pegam pronto.
Blog Falando Francamente: Nós temos a esperança de ver um dia todas
as nossas rádios tocando frevo de janeiro a janeiro. O que você acha que falta
para isto acontecer?
Almir
Rouche: Se não houver vontade política como houve na Bahia,
e uma união dos artistas, isso não vai acontecer nunca.
Blog Falando Francamente: Vamos
agora fazer um bate bola, dizemos uma palavra e você diz o que vier a sua
mente.
Família: Meu porto seguro.
Frevo: Alegria
Saudade: Longe
Almir, mais uma vez muito obrigada pela
atenção.
Não há de que querida. Beijosss
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