Fotos: Aluísio Moreira
Foi inaugurada nesta segunda-feira
(19), a primeira empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia do país. A
inauguração da Hemobrás foi comandada pelo governador em exercício, João Lyra
Neto, e pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha. O início da operação da
unidade garante a autonomia do Brasil no armazenamento de plasma para produção
de medicamentos e marca a consolidação do Polo Farmacoquímico de Pernambuco, no
município de Goiana, na Mata Norte.
A partir do plasma, a Hemobrás fabricará medicamentos
utilizados no tratamento de doenças como hemofilia, câncer, AIDS, entre outras.
“Daqui sairão os medicamentos que vão fazer com que nossos filhos e netos vivam
mais e melhor”, assegurou o presidente da empresa, Rômulo Maciel. Entre os
medicamentos produzidos estão a albumina, imunoglobulina, fatores de coagulação
VIII e IX, complexo protrombínico e fator de von Willebrand.
Nesta primeira fase da obra, que teve
início em junho de 2010, foram investidos R$ 27,4 milhões na construção de três
blocos: o B-01, B-14 e B-17, que juntos ocupam uma área de 2,7 m2. O
B-01 abriga a câmara fria, com 350 metros quadrados e uma altura equivalente a
um edifício de seis andares, que será responsável pela recepção, triagem e
armazenamento do plasma.
“É uma avanço tecnológico importante
que vai dar força à política de sangue do país”, disse João Lyra Neto,
governador em exercício. A câmara começou a operar hoje a uma temperatura de
menos oito graus celsius e até julho de 2012 atingirá 35 graus negativos quando
terá condições de abrigar o plasma coletado em todos os hemocentros do Brasil.
Até 2014 toda estrutura da Hemobrás
estará em pleno funcionamento, gerando 360 empregos diretos e 2.750 indiretos.
As obras da segunda etapa da fábrica tiveram início em junho deste ano. No
total, os recursos R$ 269 milhões na construção do outros 12 blocos, que juntos
ocupam uma área de 45 mil m2.
Por hora, o plasma será encaminhado ao Laboratório Francês
de Biotecnologia (LFB) onde será transformado em hemoderivados e, em seguida,
reenviado ao Brasil para distribuição no Sistema Único de Saúde (SUS). Quando
toda a fábrica estiver em operação em 2014, a produção dos medicamentos será
feita em solo pernambucano e o Brasil será uma das 15 nações no mundo a possuir
uma fábrica para a produção de hemoderivados. “Todo plasma usado no Brasil vai
ter lá no saco made in Pernambuco”, brincou Alexandre
Padilha.
O ministro também destacou que além da geração de
empregos, a Fábrica da Hemobrás vai contribuir com a redução de despesas. “Hoje
o Ministério da Saúde gasta mais de R$ 1 bilhão na importação desses produtos
que são distribuídos entre os 145 milhões de brasileiros que fazem uso do SUS.
O Brasil agora entra no seleto grupo que passa a produzir hemoderivados”.
Já no bloco B-17, foi erguida uma subestação com quatro
grandes geradores para garantir o fornecimento ininterrupto de energia elétrica
para a câmara fria. No bloco B-14 funciona um reservatório com capacidade para
armazenar 450 mil litros de água.
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