Alunos denunciam merenda escolar em Garanhuns

Alunos da Escola de Referência de Garanhuns fotografaram e filmaram a péssima condição da merenda escolar. As figuras mostram que os talheres não são cobertos, dá para ver a sujeira nos copos em que são oferecidos os sucos. Os flagrantes também denunciam congeladores abandonados que juntam água e mais sujeiras.

“Nós fotografamos a situação e decidimos ir em busca dos nossos direitos”, disse a estudante Maria helena Cardoso.

No mês passado, mais de 100 alunos de escolas estaduais de municípios do Agreste deram entrada em hospitais locais logo após ingerirem a merenda. Na ocasião, o dono da empresa fornecedora, Ledilson Ribeiro, informou que prestava serviços há quatro anos à Secretaria de Educação. A empresa que fica em Garanhuns foi interdita. Foi encontrado coliformes fecais nas comidas.

Mesmo assim, para surpresa dos alunos da Escola de Referência de garanhuns, a empresa de Ledilson estaria novamente fornecendo merenda por meio da empresa do seu irmão, a “L.R. de Gusmão Alimentos ME”.

Um funcionário público que conhece Ledilson e tem acesso à escola revela como era o esquema. “Mesmo tendo sido proibido de fornecer alimentos, Ledilson usou o nome do irmão para continuar com a irregularidade. A empresa estava no nome do irmão, mas, trabalhavam os mesmo funcionários”, disse.

Respostas

sobre a denúncia, a Secretaria de Educação emitiu duas notas. Veja na íntegra:

Nota 1

1. A Secretaria de Educação informa que tem conhecimento que a empresa classificada em segundo lugar na licitação para fornecimento de marmitas para as 21 escolas de referência pertence ao irmão do proprietário da Colinas Refeições, que prestava o serviço anteriormente. No entanto, juridicamente, não há impedimentos. A secretaria está apenas seguindo a ordem de classificação das empresas vencedoras do processo licitatório. De qualquer forma, serão apuradas as denúncias feitas pelos estudantes e a nova empresa deverá apresentar um laudo da Vigilância Sanitária que assegure os padrões de higiene necessários para continuar prestando o serviço terceirizado.

2. A prorrogação do contrato com a Colinas Refeições, apesar de publicado no Diário Oficial (DO) da semana passada, serviu apenas para formalizar a última situação de renovação com a empresa, que ocorreu no final do mês de fevereiro e teria prazo de 60 dias letivos. Mesmo assim, a secretaria esclarece que o contrato foi suspenso logo depois do episódio de intoxicação dos estudantes. Também já foi aberto processo para rescisão do contrato com o fornecedor. Essas medidas deverão, também, ser publicadas no DO nos próximos dias.

3. O Ministério da Educação, por meio da resolução 38/2009 do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (FNDE), que dispõe sobre a alimentação escolar dos alunos da educação básica, não proíbe a merenda terceirizada.

Nota 2

A empresa L. R. de Gusmão, segunda colocada no processo de licitação para o fornecimento de merenda para as 21 escolas de referência de sete municípios da região, desistiu de continuar prestando o serviço de alimentação para os alunos da rede estadual. Amanhã, a Secretaria de Educação convocará a terceira colocada no processo. Caso a mesma atenda a todos os requisitos para a realização da atividade, começará imediatamente a fornecer a merenda.