Para quem não existia , ainda na década de 80, Mussum fazia parte de um programa chamado Os Trapalhões que passava na Rede Globo aos domingos antes do Fantástico e era formado por Didi, Dedé, Mussum e Zacarias. Nossa como era bom assistir aquele programa e aos filmes ilários que marcaram a minha infância. Mesmo passados todos estes anos, o humor dos Trapalhões é insubstituível, pela qualidade, pela formação. Algumas coisas ao contrário do que se diz por ai não são substituídas; e ao meu ver, muito menos as pessoas que se vão.
Se pagassemos todos os programas humorísticos de hoje e batêssemos no liquidificador pra ver no que daria, ainda não chegaria aos pés deste programa.
Um pouco de história:
Antônio Carlos Bernardes Gomes (Mussum), nasceu a 7 de abril de 1941, carioca, flamenguista e, assim como eu, mangueirense. Era sambista de primeira, humorista e ator. Fundou o grupo Os Sete Modernos, posteriormente chamado Os Originais do Samba com amigos.
Em 1965, estréia no programa humorístico Bairro Feliz (TV Globo). Consta que foi nos bastidores deste show que Grande Otelo lhe deu o apelido de Mussum, que origina-se de um peixe teleósteo sul-americano.
Em 1969, o diretor de Os Trapalhões, Wilton Franco, o vê numa apresentação de boate com seu conjunto musical e o convida para integrar o grupo humorístico, na época na TV Excelsior. Mais uma vez, recusa; entretanto, o amigo Manfried Santanna (Dedé Santana) consegue convencê-lo, e Mussum passa a integrar o quarteto (que na época ainda era um trio, pois Zacarias entrou no grupo depois) que terminaria tornando-o muito famoso em todo o país. Mussum era o único dos quatro Trapalhões oficiais que era negro (Jorge Lafond e Tião Macalé, apesar de também negros e atuarem em vários quadros com o grupo, eram coadjuvantes).
Apenas quando Os Trapalhões já estavam na TV Globo, e o sucesso o impedia de cumprir seus compromissos, é que Mussum deixou os Originais do Samba. Mas não se afastou da indústria musical, tendo gravado discos com Os Trapalhões e até um solo dedicado ao samba.
Uma de suas paixões era a escola de samba Estação Primeira de Mangueira, todos os anos sua figura pontificava durante os desfiles da escola, no meio da Ala de baianas, da qual era diretor de harmonia. Dessa paixão veio o apelido "Mumu da Mangueira".
Mussum foi considerado por muitos o mais engraçado dos Trapalhões. No programa, popularizou o seu modo particular de falar, acrescentando as terminações "is" ou "évis" a palavras arbitrárias (como forévis, cacildis, coraçãozis) e pelo seu inseparável "mé" (ou "mel", que era sua gíria para cachaça). Numa época em que ainda não havia o patrulhamento "politicamente correto", Mussum se celebrizou por expressões onde satirizava sua condição de negro, tais como "negão é o teu passadis" e "quero morrer pretis se eu estiver mentindo", além de recorrentes piadas sobre bebidas alcoólicas.
Outras frases
Criôlo é a tua véia!
Ui, ui, uuui!
Eu vou me pirulitar!
Glacinha (gracinha)!
Casa, comida, três milhão por mês, fora o bafo!
Apelidos
Azulão
Buraco Quente
Caipirinha
Cromado
"Da Mangueira"
Grande pássaro
Kid Mumu da Mangueira
Maisena
Morcegão
Muça
Pé de Rodo
Nega da boca do tubo (por Didi)
Mussum morreu em 29 de julho de 1994, aos 53 anos, não resistindo a um transplante de coração, e foi sepultado em São Paulo.Deixou um legado de 27 filmes com Os Trapalhões, além de mais de vinte anos de participações televisivas.
Amannda Oliveira
2 Comentários
Muuuuita saudade do Mussum! Mesmo muito novinha, na época, lembro dele! =***
ResponderExcluirRealmente,foi uma época muito rica do humor brasileiro; e ele era sem sombra de dúvida o mais engraçado.
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